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Psicanalistas oferecem rede de escuta gratuita aos afetados pela covid-19 no Amazonas

Projeto 'Solidariedade Social - SOS Manaus' promove atendimento virtual para as vítimas da pandemia

11 mai 2021 - 12h53
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Levar saúde mental para uma população isolada em decorrência da pandemia da covid-19 não é uma tarefa fácil. A Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, por meio da Federação Brasileira de Psicanálise, aderiu ao projeto 'Solidariedade Social - SOS Manaus', que promove atendimento virtual para a comunidade diretamente afetada pelo novo coronavírus.

Após enfrentar um colapso no sistema de saúde e um cenário com muitas mortes durante a primeira onda da doença, nos meses de abril e maio de 2020, a capital amazonense atingiu, novamente, o pico de internações e vidas perdidas em 2021.

Em janeiro, Manaus voltou a registrar recordes de internações e sepultamentos. A situação foi agravada no dia 14, quando a falta de estoque de oxigênio levou pacientes à morte por asfixia.

"Solidarizada com o dramático panorama e diante da valiosa experiência adquirida com o projeto 'Rede SBPSP: escuta psicanalítica em tempos de crise', promovido em 2020, a SBPSP manteve o espírito de colaboração efetiva a esta nova iniciativa e, por meio da Diretoria de Atendimento à Comunidade - DAC, aderiu ao projeto de âmbito nacional 'Solidariedade Social - SOS Manaus: sofrimento psíquico de bebês, crianças e adolescentes'", afirma Carmen Mion, diretora presidente da entidade.

Sob a coordenação da psicanalista Alicia Beatriz Dorado de Lisondo e apoio da área de Infância e Adolescência da Febrapsi, foi formada uma comissão para iniciar a proposta, destinada a bebês, crianças e adolescentes em sofrimento psíquico, filhos de pais gravemente doentes, internados ou que morreram devido à covid-19. O projeto também é destinado a cuidadores, educadores, famílias acolhedoras, profissionais do Judiciário, da Saúde, por exemplo.

"O projeto foi criado com o objetivo de oferecer atendimento emergencial diante das reações de pânico, angústias e terrores que a pandemia vem provocando. São trágicas as consequências, pelo número de pessoas falecidas sem as necessárias despedidas e rituais para elaborar o luto, pelo grande número de doentes, pelo colapso no sistema de saúde e pelos bebês, crianças e adolescentes que ficaram órfãos em meio a uma crítica situação social, política, educacional, sanitária e econômica", explica Alicia de Lisondo.

O atendimento é gratuito, 100% digital e dividido em quatro eixos: gestantes e bebês de 0 a 3 anos com as famílias; crianças de 3 a 11 anos; adolescentes e jovens de 11 a 21 anos e adultos que atendam a infância, sejam familiares, em escolas, creches, abrigos, no judiciário ou no serviço de saúde.

A depender do quadro, os pacientes poderão ser encaminhados a outros serviços de atendimento psicanalítico e interdisciplinar com pediatras, fonoaudiólogos, osteopatas, psicomotricistas, enfermeiros especializados em aleitamento materno, terapeutas ocupacionais e psiquiatras voluntários.

Interessados em receber o atendimento, bem como responsáveis por bebês, crianças e adolescentes, devem entrar em contato por mensagem de texto ou de voz pelo número (53) 98104-0202. As pessoas serão encaminhadas a um psicanalista, que combinará a forma de atendimento mais apropriada.

Estadão
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