Fim de ano expõe fragilidades emocionais e saúde mental
Fim de ano amplia fragilidades emocionais e reforça a importância do autocuidado para proteger a saúde mental, especialmente entre mulheres
O fim de ano reúne celebrações e rituais de passagem. Ao mesmo tempo, amplia a sensibilidade emocional. Pressões sociais, balanços pessoais e cobranças internas tornam o período mais delicado para a saúde mental. Entre mulheres, o impacto costuma ser maior devido à sobrecarga de jornadas e responsabilidades.
Levantamentos do Mental Health America indicam aumento de exaustão emocional, ansiedade e queda da autoestima nesse período. Especialistas destacam que o efeito não surge de forma isolada. Ele se soma a fragilidades emocionais acumuladas ao longo do ano.
Para a biomédica esteta Angélica Lucena, proprietária da Gioventù Clínica Boutique e professora da Gioventù Academy, o fim do ano intensifica sentimentos já existentes. "O fim de ano funciona como um espelho emocional. Quem chega fragilizado tende a sentir isso de forma mais intensa, porque há uma cobrança coletiva por felicidade, celebração e realização", afirma.
Por que o fim do ano afeta tanto a saúde mental?
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que transtornos de ansiedade afetam mais de 301 milhões de pessoas no mundo. Especialistas apontam que períodos de transição simbólica, como a virada do ano, costumam ampliar sentimentos de inadequação, frustração e comparação social.
No Brasil, pesquisas sobre comportamento indicam que práticas de autocuidado ganham espaço nesse intervalo. Para muitos, elas funcionam como uma estratégia de proteção emocional diante das pressões externas.
Autocuidado como fator de proteção emocional
Estudos da American Psychological Association indicam que práticas regulares de autocuidado ajudam a reduzir o estresse percebido. Também contribuem para melhorar o bem-estar subjetivo. Entre mulheres, esse cuidado passa pela relação com a própria imagem, desde que exista orientação ética e acolhimento profissional.
Angélica destaca que o atendimento influencia diretamente a saúde emocional. "O cuidado estético não é sobre estética apenas. Ele devolve segurança, conforto e identidade para o paciente", diz.
O acolhimento, segundo ela, é parte central do processo. "A clínica precisa acolher, ouvir e orientar sem pressão. Quando o paciente se sente respeitado, o procedimento deixa de ser uma resposta à cobrança externa e passa a ser uma escolha consciente", afirma.
Pressões sociais e imagem corporal
O fim do ano intensifica interações sociais. Também aumenta a exposição em redes digitais. Esse cenário amplia comparações e pode agravar inseguranças. Relatórios internacionais indicam que a percepção negativa da imagem corporal está associada a níveis mais elevados de ansiedade e sintomas depressivos.
Para Angélica, reconhecer limites também faz parte do cuidado. "Nem toda demanda precisa ser atendida com um procedimento. Às vezes, a escuta e a orientação já cumprem uma função importante no cuidado", explica.
Especialistas reforçam que reconhecer a sensibilidade emocional do período e adotar práticas de autocuidado conscientes ajuda a atravessar a virada com mais equilíbrio. A medida reduz riscos à saúde mental e fortalece a autoestima de forma sustentável.