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Exaustão emocional em dezembro revela esgotamento mental

Exaustão emocional em dezembro reflete esgotamento mental acumulado ao longo do ano e ajuda a explicar o aumento de ansiedade e afastamentos

30 dez 2025 - 19h24
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A exaustão emocional que se intensifica em dezembro não acontece por acaso nem se limita ao cansaço típico do fim do ano. Ela reflete um esgotamento mental acumulado ao longo dos meses, que encontra no encerramento do calendário corporativo um momento crítico.

Exaustão emocional em dezembro revela esgotamento mental
Exaustão emocional em dezembro revela esgotamento mental
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Metas a cumprir, avaliações de desempenho, prazos encurtados e decisões estratégicas se somam a cobranças pessoais e sociais, ampliando a sobrecarga psíquica.

Dados do Ministério da Previdência Social indicam que, em 2024, mais de 440 mil trabalhadores brasileiros foram afastados por transtornos mentais e comportamentais, número que representa mais que o dobro dos registros de dez anos atrás.

Transtornos de ansiedade lideram os afastamentos, seguidos por episódios depressivos. Especialistas destacam que o último trimestre do ano concentra parte relevante desse agravamento.

Por que dezembro intensifica o esgotamento mental?

Segundo Danilo Suassuna, doutor em Psicologia e diretor do Instituto Suassuna, dezembro funciona como um amplificador do desgaste emocional acumulado ao longo do ano.

"O fim do ano reúne dois movimentos simultâneos: o fechamento de ciclos e a pressão por resultados finais. As pessoas revisitam frustrações, metas não cumpridas e expectativas irreais, ao mesmo tempo em que lidam com demandas intensificadas no trabalho", afirma.

No ambiente profissional, o período costuma ser marcado por aceleração de entregas, avaliações, negociações orçamentárias e planejamento do ano seguinte. Esse ritmo mais intenso ocorre justamente quando muitos trabalhadores já apresentam sinais claros de fadiga emocional.

Impactos do esgotamento na saúde e no trabalho

Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que depressão e ansiedade gerem perdas globais de cerca de US$ 1 trilhão por ano em produtividade, principalmente em razão do absenteísmo e de afastamentos prolongados.

Para Suassuna, o problema não está apenas na quantidade de tarefas, mas na forma como o trabalho vem sendo organizado:

"Há uma normalização da sobrecarga. Jornadas estendidas, dificuldade de desconexão e adiamento sistemático do descanso criam um estado de alerta contínuo. Em dezembro, o organismo já não consegue sustentar esse ritmo", explica.

Levantamento do State of the Global Workplace, da Gallup, mostra que 44% dos trabalhadores no mundo relatam níveis elevados de estresse diário.

Já no Brasil, pesquisas recentes apontam crescimento consistente de sintomas associados ao burnout, especialmente entre profissionais das áreas administrativa, da saúde e de serviços.

Prevenção antes do colapso emocional

Além das pressões do trabalho, o fim do ano traz exigências sociais adicionais, como confraternizações, viagens, consumo e reuniões familiares.

"Existe uma narrativa de que o ano precisa terminar bem, com sensação de conquista e felicidade. Quando isso não acontece, o sentimento de inadequação e fracasso pessoal se intensifica", alerta o psicólogo.

Para especialistas, esse período deveria ser encarado como estratégico para ações preventivas. A OMS estima que cada dólar investido em programas de promoção da saúde mental pode gerar retorno de até quatro dólares, por meio da redução de afastamentos e do aumento da produtividade.

"O encerramento do ano não deveria ser sinônimo de colapso emocional. Cuidar da saúde mental nesse período é uma forma de atravessar o fim do ciclo com mais equilíbrio e iniciar o próximo ano em melhores condições", conclui Suassuna.

Saúde em Dia
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