Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Redes sociais prejudicam o cérebro das crianças, afirma estudo

Pesquisas revelam que o uso precoce e intenso das redes sociais pode afetar a memória, a leitura e a regulação emocional das crianças, alterando o desenvolvimento cerebral

22 out 2025 - 16h39
Compartilhar
Exibir comentários

Com o avanço da tecnologia, o uso de redes sociais começa cada vez mais cedo - e a ciência tem mostrado que isso não é inofensivo. Um amplo estudo conduzido pela Universidade da Califórnia em São Francisco (EUA) revelou que a exposição precoce às plataformas digitais pode comprometer o desenvolvimento cognitivo de crianças, afetando habilidades fundamentais como memória, leitura e vocabulário.

Estudo mostra que uso de redes sociais na infância prejudica a cognição, leitura e a memória; entenda como o excesso de telas afeta o cérebro
Estudo mostra que uso de redes sociais na infância prejudica a cognição, leitura e a memória; entenda como o excesso de telas afeta o cérebro
Foto: Reprodução: Canva/RicardoImagen / Bons Fluidos

O que o estudo descobriu

A pesquisa acompanhou 6.087 crianças americanas, de diferentes origens e regiões, durante dois anos, a partir dos nove anos de idade. Publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), uma das revistas científicas mais respeitadas do mundo, o estudo buscou entender como o tempo nas redes influencia o aprendizado.

No início do acompanhamento, nenhuma das crianças usava redes sociais. Com o passar do tempo, os pesquisadores observaram três perfis distintos: usuários mínimos (que quase não utilizavam as plataformas); usuários moderados (que passavam cerca de 1 hora por dia conectados); e usuários intensivos (que ficavam até 3 horas diárias nas redes). Os resultados foram claros: quanto maior o uso, piores os desempenhos em testes de leitura, memória e linguagem. Aquelas que usavam pouco ou quase nada tiveram resultados significativamente melhores.

O que acontece no cérebro das crianças

Diferente de assistir à TV, as redes sociais exigem interação constante - rolar a tela, curtir, comentar, checar notificações. Cada uma dessas ações ativa regiões cerebrais ligadas à tomada de decisão e à busca por recompensas, o que pode levar a uma sobrecarga neural. Segundo os pesquisadores, o cérebro infantil ainda está em formação e é altamente sensível a estímulos. Essa hiperestimulação pode prejudicar o desenvolvimento de áreas responsáveis pela atenção, memória e autorregulação emocional.

Estudos complementares reforçam essa relação. Um deles, publicado na JAMA Pediatrics por cientistas do Winston Center, analisou 169 adolescentes usuários de Facebook, Instagram e Snapchat. Eles verificaram o celular, em média, 100 vezes por dia e passaram cerca de oito horas diárias conectados. Essa rotina alterou estruturas cerebrais ligadas às emoções e à empatia, como a amígdala e o córtex pré-frontal dorsolateral, regiões que controlam o comportamento e a atenção.

O impacto emocional: ansiedade, sono e isolamento

Além dos efeitos cognitivos, os cientistas apontam consequências emocionais preocupantes. Crianças e adolescentes expostos de forma intensa às redes sociais demonstram maior vulnerabilidade à ansiedade, depressão e baixa autoestima.

O conteúdo consumido, muitas vezes idealizado ou excessivamente estimulante, interfere na formação de identidade, na qualidade do sono e na capacidade de lidar com frustrações. Especialistas destacam que o ciclo de notificações, curtidas e recompensas visuais estimula a busca constante por validação, o que pode aumentar o estresse e a sensação de inadequação.

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Universidade Johns Hopkins mostrou que 1 em cada 7 adolescentes enfrenta algum problema de saúde mental, e um terço dos casos começa antes dos 14 anos. Em muitos países, essas condições sequer são diagnosticadas ou tratadas.

Como equilibrar o uso das redes na infância

Os pesquisadores reforçam que as redes sociais não precisam ser vistas como vilãs absolutas. O ponto está na quantidade e na supervisão. Algumas orientações práticas incluem:

  • Acompanhar o tempo de tela: limitar o uso a momentos específicos do dia;
  • Incentivar atividades offline: esportes, leitura e brincadeiras ao ar livre estimulam outras áreas cerebrais;
  • Ensinar sobre conteúdo e responsabilidade digital: conversar sobre o que é consumido nas redes ajuda a desenvolver senso crítico;
  • Proteger o sono: evitar o uso de telas antes de dormir melhora o descanso e o humor.

Os achados da ciência reforçam o que muitos já percebiam no dia a dia: o excesso de estímulos digitais está reprogramando o cérebro das novas gerações. Crianças hiperconectadas estão mais distraídas, cansadas e emocionalmente vulneráveis. Proteger a infância digital não é negar a tecnologia, mas garantir seu uso de forma saudável, com pausas, propósito e presença real.

Bons Fluidos
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade