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Química no amor: fato ou mito?

Descubra se aquela sintonia que temos com as outras pessoas realmente existe Você já pode ter conhecido alguém, se conectado com aquela pessoa e vocês dividiram uma química incrível, mas depois tudo acabou. Com certeza deve ter se perguntado o que aconteceu se vocês se davam tão bem. Mas será que a famosa "química" realmente […]

1 nov 2024 - 15h23
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Descubra se aquela sintonia que temos com as outras pessoas realmente existe

Você já pode ter conhecido alguém, se conectado com aquela pessoa e vocês dividiram uma química incrível, mas depois tudo acabou. Com certeza deve ter se perguntado o que aconteceu se vocês se davam tão bem. Mas será que a famosa "química" realmente teve alguma influência nisso? Na verdade, para começo de verdade, será que realmente existe química entre as pessoas?

Foto: Pixabay
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Foto: Revista Malu

Bruno Pascale Cammarota, médico psiquiatra, explica que essa química - que pode ser até uma paixão acontecendo - é um aumento de dopamina em duas áreas principais. São elas o sistema mesolímbico e o nigroestriatal, e ambos tem muito a ver com a questão da atração. "Então, é quando existe esse aumento de dopamina que faz com que você tome algumas atitudes sem pensar, na impulsividade. Isso pode acontecer em qualquer idade, desde a adolescência até a terceira idade. O cérebro não tem essa questão de tempo com relação a química, de paixão, de atração. Ele precisa apenas da situação e do gatilho que seja oficial para isso", pontua.

Como a química age no nosso cérebro?

Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Pós-PhD em Neurociências, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos e membro da Royal Society of Biology no Reino Unido, afirma que essa química refere-se a uma série de reações no cérebro envolvendo neurotransmissores como a dopamina - associada à motivação e ao prazer -, ocitocina - ao vínculo e à confiança - e serotonina - à sensação de bem-estar. "Esses neurotransmissores e hormônios são liberados em resposta a estímulos que percebemos como atraentes ou agradáveis. Essas substâncias facilitam a comunicação entre neurônios, influenciando nossos sentimentos, humor e comportamento. Geralmente nos fazendo sentir mais felizes, empolgados e conectados com a pessoa", completa.

Existe um padrão para química?

A resposta é não! Fabiano diz que a atração é profundamente pessoal e pode ser influenciada por uma variedade de fatores, incluindo preferências pessoais, experiências passadas e contextos culturais.

O médico psiquiatra Bruno afirma que a química que sentimos com alguém está muito relacionado a todos os nossos sentidos: visão, tato, olfato, paladar e audição.  "Não existe um padrão para a pessoa se apaixonar, mas existem todos os sentidos aguçados e isso faz com que libere certas substâncias que podem inundar nosso cérebro de dopamina."

Algo rápido e que leva tempo

A química entre duas pessoas pode ser sentida de duas formas: tanto imediata quanto ao longo do tempo. Tamara W. Zanotelli, sexóloga, terapeuta sexual, palestrante e empresária, explica que embora em alguns casos ela possa parecer instantânea devido a essa forte atração inicial, a intensidade da ligação entre as pessoas pode variar muito de uma situação para outra e também entre indivíduos diferentes. "À medida que as pessoas se conhecem melhor, vivem mais juntos, compartilham experiências, elas acabam também criando certas conexões emocionais. E em outras situações, essa química parece ser imediata, ela vem como uma forte sensação de conexão emocional." (box)

Atração física ou sexual: é isso que inicia a química?

Fabiano destaca que a "química" pode originar-se de conexões emocionais, intelectuais ou baseadas em interesses e experiências compartilhadas. Que podem ser tão fortes quanto ou até mais impactantes que a atração física. "Mas o instinto reprodutor está lá, ativo para que tenha maior possibilidade de atração física, mas depende do indivíduo."

Mitos sobre química!

Pedimos para os três profissionais apontarem um mito referente a química que muitos acreditam ser verdade. Vamos as respostas?

  • "A química nem sempre é esmagadora, ela pode ser sutil e se desenvolver aos poucos. A química não significa que uma relação será necessariamente bem-sucedida ou saudável a longo prazo; outros fatores como compatibilidade de personalidade, comunicação e valores compartilhados também são cruciais", responde Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues.
  • "As pessoas acreditam que a paixão é eterna, mas ela dura em média dois anos, e pode ou não se transformar em amor. Então para entrar em um relacionamento, o ideal é conhecer bem a pessoa, o círculo de amigos, os familiares, os hábitos dela, mostrar os seus, para ver se convergem em um relacionamento. Esse negócio de que os opostos se atraem é até um certo tempo, depois as pessoas buscam paridade e compatibilidade, porque essa incompatibilidade gera muitas brigas", pontua Bruno Pascale Cammarota.
  • "É de que as pessoas pensam que uma forte atração física por si só já é suficiente para sustentar um relacionamento e levar as pessoas a se basearem exclusivamente nesse aspecto, ignorando a importância de uma construção com bases sólidas, confiança, respeito, conversa, companheirismo e conexão. E é importante mencionar também que a crença de que a intensidade dessa atração física já garante uma conexão está errado, ela não necessariamente é garantia de uma conexão profunda, porque ela não tem a ver só com esse momento. Então, pra mim, com certeza, o mito de que realmente as pessoas que têm uma forte atração ou uma química inicial tem relacionamentos mais duradouros", afirma Tamara W. Zanotelli.
  • Revista Malu Revista Malu
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