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"Precisei cuidar de mim": mães contam como superaram a dor de perder seus bebês

Assim como Cristiano Ronaldo e Georgina Rodríguez, mães explicam como lidaram com a morte precoce de seus bebês

20 abr 2022 - 05h00
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Cristiano Ronaldo tem outros quatro filhos, sendo um deles com Georgina Rodríguez (Foto: Reprodução / Instagram)
Cristiano Ronaldo tem outros quatro filhos, sendo um deles com Georgina Rodríguez (Foto: Reprodução / Instagram)
Foto: Lance!

"É com a mais profunda tristeza que comunicamos o falecimento do nosso bebê. É a maior dor que os pais podem sentir". Foi com essas palavras que o craque Cristiano Ronaldo anunciou ao mundo que ele e sua esposa, Georgina Rodríguez, perderam um dos gêmeos durante o parto. A outra bebê nasceu saudável e, segundo CR7, esta é a razão de a família ter "forças para viver este momento com alguma esperança e felicidade".

Gestações de gêmeos são sempre de alto risco, conforme explica a médica obstetra Mariana Sollia, especialista em Medicina Fetal e Pré-Natal de Alto Risco pela Santa Casa de São Paulo.

"Só de ter dois bebês lá dentro, já aumenta o risco de nascer antes da hora e também de má formação de um dos bebês, por exemplo", explica.

Apesar de, no caso do craque, as circunstâncias da morte do bebê não terem sido divulgadas, a médica exemplifica alguns casos em que os bebês correm risco de vida, tanto durante a gestação, quanto no momento do parto: "Tem o risco dos bebês terem o crescimento restrito intrauterino e também de romper a bolsa antes da hora por causa do peso duplicado, e causar prematuridade".

Na gestação

Camilla Kawagouth, de 29 anos, enfrentou a mesma dor que Cristiano e Georgina. Há um ano ela descobriu que Clarice, sua bebê, havia falecido aos 6 meses de gestação. "Fiz meu parto sabendo que minha bebê já não estava viva [...] pouco depois, tive que lidar com a cremação dela. Esses, sem dúvidas, foram os piores momentos de toda a situação", desabafa.

Camilla Kawagouth perdeu sua bebê no 6º mês de gestação
Camilla Kawagouth perdeu sua bebê no 6º mês de gestação
Foto: Arquivo pessoal

Camilla conta que, uma semana antes de descobrir que sua filha não havia resistido, passou por uma bateria de exames e tudo parecia bem. Ela sabia que tinha uma gestação de risco, devido ao seu diagnóstico de diabetes tipo 1, e por isso era acompanhada por vários especialistas.

"Descobri que era uma menina nestes exames, uma semana antes dela falecer", lembra.

A jovem diz que ela e o marido contaram com muito apoio e fizeram acompanhamento psicológico para passar pelo luto. "Foi muito importante. Comecei a praticar vários esportes e a cuidar de mim mesma, para não me deixar abater", diz Camilla.

Terapia de luto

O caso de Clarice Chiquetto, de 42 anos, foi um pouco diferente. Ela chegou a dar à luz a pequena Cecília, que viveu apenas até os quatro meses de idade. O processo de aceitação da morte da bebê não foi nada fácil, conforme revela ao Terra.

"A morte dela nos pegou de surpresa. Descobrimos depois de muito tempo que ela tinha uma condição ultrarrara, incompatível com a vida. Não era nem para ela ter nascido, segundo alguns genetisistas", conta a mãe.

Clarice Chiquetto
Clarice Chiquetto
Foto: Arquivo pessoal

Para lidar com a perda tão prematura, Clarice começou a escrever desabafos em suas redes sociais e entrou em duas terapias, a comum e a especializada, chamada terapia de luto. "São muito diferentes uma da outra, um terapeuta especialista em luto é outro tipo de profissional. Fiz as duas por muito tempo, precisei cuidar muito de mim para conseguir me reerguer", relembra.

Clarice evita a palavra "superação", pois, para ela, a filha não deve ser superada. Em sua avaliação, "conviver" é o termo mais adequado neste caso.

"Todos os dias me lembro dela, mas a cada dia que passa, a dor vai se tornando menor", desabafa.

Continua sendo mãe

O psicólogo Alexandre Coimbra Amaral, que coordenou grupos gratuitos de luto para pais que perderam bebês precocemente, explica que é natural que seja intensa a dor sentida pelo mãe e pelo pai da criança. Por um lado, o amor começa antes mesmo de o casal decidir gerar uma vida. Por outro, o luto ainda não é reconhecido socialmente.

Nesses casos, é fundamental admitir a dor e respetiar o luta, assim como seria respeitada a perda de qualquer outro familiar ou pessoa próxima. Para superar o momento, Coimbra recomenda acompanhamento psicológico e se cercar de pessoas queridas. 

"A marca da morte de um bebê é sempre muito forte, porque é um projeto de um futuro que deixa de existir", resume.

O psicólogo ainda reforça: "A mãe que perde um bebê, seja durante a gestação, logo após ao nascer ou depois de anos, continua sendo mãe". 

Fonte: Redação Terra
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