Por que a ciência diz que pode não ser nada bom conseguir fazer tarefas tanto com a mão esquerda quanto com a direita
Você sabe escrever com as duas mãos? A ciência mostra que essa habilidade pode trazer riscos para a aprendizagem e o cérebro.
Ser capaz de usar as duas mãos parece quase um superpoder. Afinal, escrever com qualquer lado ou abrir um pote sem depender da "mão forte" pode soar como uma habilidade incrível. Mas a ciência tem mostrado que a realidade pode não ser tão positiva assim.
Estudos recentes indicam que quem alterna entre mãos de forma consistente, os chamados "mistura-dominantes" ou ambidestros, apresenta maiores chances de enfrentar dificuldades acadêmicas, sintomas de TDAH e até alterações cerebrais ao longo da vida. Isso faz com que o que parece um ponto forte possa exigir atenção médica e educacional.
Crianças "mistura-dominantes": mais risco de dislexia, dificuldades escolares e TDAH
Um estudo que acompanhou quase 8.000 crianças do Northern Finland Birth Cohort 1986 mostrou que aquelas com preferências manuais inconsistentes tinham cerca do dobro das chances de desenvolver alterações na linguagem e um desempenho acadêmico inferior aos 8 anos. Aos 16, os mesmos participantes apresentavam também o dobro de risco de sintomas de TDAH — e muitos com maior gravidade.
Outro artigo da Scientific American resumiu essa ligação de forma clara: "mesmo que o ambidextrismo não cause os problemas, é um indicador de um cérebro menos lateralizado, o que pode afetar a linguagem e a atenção."
Dislexia e ambidestria: uma associação detectada em larga escala
...
Veja também
Cafeína pode aliviar sintomas de TDAH, aponta estudo
O que significa quando uma pessoa interrompe constantemente uma conversa, segundo a psicologia
O remédio "mágico" que dá foco e é usado para aumentar desempenho no trabalho