Polilaminina: a descoberta de cientista brasileiro que pode devolver movimentos após lesão na medula
Pesquisa mostrou resultados iniciais em animais e em pequenos grupos de voluntários
Cientistas brasileiros da UFRJ desenvolveram a polilaminina, uma proteína experimental que já mostrou resultados promissores para recuperar movimentos de pacientes com lesões na medula, aguardando aprovação da Anvisa para uso clínico.
Uma descoberta brasileira pode transformar a vida de pessoas com lesões na medula espinhal. Um grupo de cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apresentou nesta semana um estudo que utiliza a proteína polilaminina para estimular os nervos a restabelecerem parte dos movimentos perdidos.
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A pesquisa, fomentada pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), ainda está em fase experimental. No entanto, já repercutiu mundialmente como uma esperança inédita na medicina.
Como funciona?
A droga, produzida em laboratório, é baseada na laminina, uma proteína natural que forma uma grande malha durante a fase embrionária e auxilia na comunicação entre neurônios. Quando chegamos à fase adulta, essa proteína se torna rara no organismo. Os cientistas descobriram que é possível recriá-la em laboratório, extraindo a proteína das placentas.
Com isso, a polilaminina é aplicada diretamente na medula espinhal durante um procedimento cirúrgico. Ela forma uma espécie de malha que orienta os neurônios a se reconectarem, restabelecendo a comunicação entre as células nervosas, segundo a FAPERJ.
No entanto, há um detalhe importante. O tratamento consiste em uma aplicação cirúrgica única no ponto da lesão, geralmente dentro de até 72 horas após o acidente, aumentando as chances de recuperação. Mas os avanços dos estudos indicam que, no futuro, pessoas paralisadas há anos possam recuperar a mobilidade.
Resultados promissores
O estudo já registrou ganhos expressivos de movimentos em todos os pacientes voluntários que receberam a droga. Com a autorização definitiva da Anvisa, a expectativa é que o medicamento esteja disponível em hospitais brasileiros e se torne parte dos protocolos médicos de atendimento a vítimas de trauma.