Pesquisadores descobrem que cachorros também têm vícios; entenda
Nos experimentos com brinquedos, os animais apresentaram comportamentos semelhantes aos associados à dependência humana, como dificuldade de controlar desejos
Não é incomum existirem desde cães que passam horas com seus brinquedos favoritos até aqueles que demonstram pouco interesse por bolinhas ou ossos. Mas, essa descoberta é, sim, surpreendente: alguns cachorros podem desenvolver um vício por seus objetos preferidos, chegando até a sentir um certo desânimo e tristeza quando estão afastados deles. É o que revela um novo estudo da Universidade de Berna.
Cães demonstram comportamento humano
De acordo com especialistas, a dependência ocorre há a vontade compulsiva de realizar determinadas tarefas, mesmo que elas resultem em impactos negativos. Até recentemente acreditava-se que essa prática era exclusiva dos humanos. No entanto, segundo a pesquisa publicada na revista 'Scientific Reports', os cachorros também podem desenvolver vícios.
Os estudiosos analisaram o comportamento de 105 pets, sendo 56 machos e 49 fêmeas, com idade entre 12 meses e 10 anos. Para isso, o estudo instigou os animais a escolherem entre brinquedos, comida e interações. Em seguida, suas reações foram comparadas com atitudes de pessoas que convivem com dependências, como violência e dificuldade de controlar desejos.
Assim, o levantamento constatou que 33 cães apresentaram fixação excessiva com seus objetos favoritos e desinteresse por outras atividades. Além disso, os animais persistiam em localizar os brinquedos quando estavam fora de alcance e continuavam motivados a brincar mesmo cansados ou algum ferimento decorrente do vício.
Avanços no campo da dependência
De acordo com os pesquisadores, esse comportamento se mostrou mais presente em raças que são costumeiramente treinadas para exercer alguma função, como o labrador. Isso porque elas tendem a apresentar desejos mais impulsivos por caçar e brincar. O estudo cita ainda que há influencia da seleção genética focada em aprimorar o desempenho, responsável por potencializar a compulsão.
Ademais, segundo o levantamento, assim como ocorre com os humanos, a dependência começa a partir de uma atividade prazerosa, que posteriormente se torna nociva. Os especialistas acreditam que a descoberta dessa semelhança ajudará a melhorar a compreensão tanto sobre o vício nas diversas espécies quanto em relação a outros transtornos associados à impulsividade, como o TDAH.