O que é o plano de parto e como ele pode ajudar a mulher no momento de dar à luz?
Documento recomendado pela OMS garante que as preferências da mãe sejam respeitadas no trabalho de parto, no nascimento e nos cuidados com o bebê
Você já ouviu falar sobre o plano de parto? Trata-se de um documento no qual a gestante registra suas escolhas e preferências sobre o momento de dar à luz e os cuidados imediatos após o nascimento. Ele funciona como uma ferramenta de comunicação entre a mãe, sua família e a equipe de saúde. Pode ajudar a reduzir a ansiedade e reforça o direito da mulher de participar ativamente das decisões.
Embora não substitua as condutas médicas em casos de emergência, o plano oferece uma base para o diálogo. Além disso, deixa claro os desejos da mãe e promove uma experiência mais humanizada. Recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ele tem sido cada vez mais adotado em maternidades por seu valor educativo e pela contribuição em fortalecer a autonomia feminina.
O que incluir no plano de parto
O documento deve trazer informações essenciais, como nome da mãe e do bebê, data prevista para o nascimento e dados básicos. Também deve indicar o acompanhante escolhido, que pode ser o parceiro, um familiar ou uma doula. Entre as decisões para registrar, estão:
- Durante o trabalho de parto: liberdade para se movimentar e escolher posições, ambiente mais acolhedor com luz baixa ou música, uso de massagens e banhos como métodos de alívio da dor e autorização ou não para procedimentos como ocitocina ou rompimento artificial da bolsa;
- No momento do nascimento: preferência pela posição do parto, decisão sobre episiotomia e controle da temperatura da sala;
- Após o nascimento: contato pele a pele imediato, permanência do bebê com a mãe até a alta, expulsão espontânea da placenta e definição de quem cortará o cordão umbilical;
- Cuidados com o bebê: orientações sobre o primeiro banho, preferência pela amamentação e restrição ao uso de fórmulas ou chupetas, exceto em indicação médica.
Situações de emergência
É importante lembrar que o plano de parto funciona como diretriz, e não como regra absoluta. Em caso de complicações, a equipe médica tem a responsabilidade de adotar os procedimentos mais seguros para mãe e bebê. Se uma cesariana, por exemplo, se tornar indispensável, os profissionais devem explicar claramente as razões e os benefícios da intervenção, baseando-se em evidências científicas.
Mais do que um registro de preferências, o plano de parto é uma ferramenta educativa. Ele ajuda a gestante a entender o que pode esperar do momento do nascimento, contribui para decisões mais conscientes e reduz as chances de frustração caso imprevistos aconteçam. Além disso, promove diálogo com a equipe de saúde e oferece maior tranquilidade e segurança.
Como elaborar o plano de parto
Realiza-se o documento em conjunto com o médico ou a equipe de pré-natal, esclarecendo dúvidas e garantindo adequação do plano às condições do hospital ou maternidade escolhida. Após pronto, deve ser impresso e entregue à maternidade no momento do parto - algumas instituições já arquivam o documento previamente. O mais importante é que o texto seja claro, objetivo e reflita os desejos reais da mãe, garantindo que ela seja protagonista desse momento.