Do que você precisa para ser feliz? Publicitária responde
Histórias de pessoas que mudaram radicalmente suas vidas depois de um evento transformador são muitas. Fazer isso quando se atinge o “ápice da felicidade”, entretanto, é raro.
Desde o ano passado, a publicitária Fernanda Neute, 32 anos, entrou para este seleto clube. Decidiu trocar a vida estável – emprego excelente, namorado dos sonhos, duas viagens de férias por ano – por um projeto ousado: pesquisar a felicidade. O estudo de Fernanda não tem cunho científico e está baseado em sua experiência de vida, livros, filmes e, o mais importante, o conhecimento do outro – ou dos outros seres humanos.
O projeto recebeu o nome de FÊliz com a vida! e pode ser acompanhado no blog homônimo, que computa 80 mil page views mensais. “O mais bacana, além da audiência, são o engajamento das pessoas e a qualidade dos comentários”, diz a publicitária, nascida na zona leste paulistana. Os e-mails que recebe servem de referência e inspiração para textos, fotos e teorias.
“Ao contrário do que muita gente pensa, a felicidade não é algo que acontece nas nossas vidas aleatoriamente. Ela precisa ser exercitada e, por que não, planejada”, garante. “Depois de muito estudar o tema, cheguei a uma espécie de modelo, uma teoria, baseada nas experiências negativas e na capacidade de lidar com as frustrações: a felicidade não está nas grandes coisas; felicidade é começar a prestar atenção nas pequenas coisas que te fazem feliz, nos pequenos momentos. Ali, você começa a ter mais tempo e energia para o que vai te deixar mais contente.”
‘Nômade digital’
Autoproclamada “nômade digital” – pessoa sem moradia fixa, que se aproveita da tecnologia e da internet para realizar seu trabalho –, Fernanda vive desde abril em Medellín, na Colômbia. Uma escolha feita não ao acaso: “Depois de sete meses na Ásia, viajando por vários países (Tailândia, Vietnã, Hong Kong, Filipinas, Camboja, Cingapura e Malásia), decidi que, em uma nova pesquisa, Medellín, seria minha melhor opção no momento”.
Apesar do “trabalho de campo”, conversar com as pessoas e colher histórias, Fernanda segue lendo e escrevendo sobre a felicidade. “Só que atualmente meus temas variam muito mais, já que antes eram baseados somente nas minhas experiências. Hoje, eles trazem as experiências de todos.”