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Intuição: o que a ciência tem a dizer sobre esse 'pressentimento'?


A intuição está ligada à capacidade do cérebro de captar sinais, processar informações e fazer associações com base em experiências passadas

7 jul 2025 - 12h49
(atualizado às 13h19)
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Sabe aquela sensação de que algo está errado, mesmo que tudo pareça normal? Ou aquele olhar rápido para alguém que já acende um sinal amarelo dentro de você, sem nenhuma explicação lógica? Muita gente chama isso de pressentimento. Outros, de intuição.

A intuição está ligada à capacidade do cérebro de captar sinais, processar informações e fazer associações com base em experiências passadas
A intuição está ligada à capacidade do cérebro de captar sinais, processar informações e fazer associações com base em experiências passadas
Foto: Canva Equipes/McLittle / Bons Fluidos

Durante muito tempo, esse tipo de percepção foi visto como algo quase místico. Por isso, era confundida com dom espiritual, com mágica, com sensibilidade sobrenatural. Mas, aos poucos, a ciência foi desvendando esse fenômeno e o que se descobriu é ainda mais interessante.

Afinal, o que é a intuição?

Carl Jung, psiquiatra e pensador que influenciou profundamente a psicologia moderna, dizia que a intuição é a percepção via inconsciente. E é exatamente isso. A neurociência mostra que o cérebro está o tempo todo captando sinais, processando informações e fazendo associações. Muitas vezes, ocorre sem que a gente sequer perceba.

A mente humana funciona com dois grandes sistemas. Um é mais racional e analítico. É aquele que usamos para resolver problemas, tomar decisões conscientes e organizar a vida. Ele está ligado ao córtex pré-frontal, região que só se desenvolveu mais recentemente na evolução da nossa espécie. O outro é mais rápido, emocional e automático. Atua por meio de memórias antigas, aprendizados emocionais e padrões já registrados. Além disso, ele não precisa de lógica para funcionar. Precisa de vivência.

É como se o cérebro fosse uma antena sintonizada em tudo ao nosso redor. Ele registra microexpressões, mudanças no tom de voz, vibrações do ambiente e movimentos sutis. Assim, em milésimos de segundo, compara tudo isso com experiências anteriores, lembranças afetivas, histórias que vivemos e dores que já sentimos. Em seguida, a resposta pode vir como uma impressão vaga, um desconforto ou um frio no estômago. No entanto, ela não vem do nada.

Esse mecanismo tem nome técnico: processamento preditivo. Várias regiões do cérebro se envolvem nesse processo como o hipocampo, a amígdala e até estruturas ligadas à tomada de decisão inconsciente, como o corpo estriado. Não é bruxaria. É biologia em ação.

Talvez por isso a gente tenha aquela impressão de que a intuição "acerta". A mente armazena padrões. Se você já viveu algo parecido, ele reconhece, mesmo sem sua participação ativa, e aciona um alerta. É por isso que, com o tempo e a experiência, os pressentimentos tendem a ficar mais precisos. Um médico pode perceber que algo não está bem com o paciente mesmo antes de ver o exame. Uma professora identifica que um aluno está triste só de olhar. Uma mãe sente quando o filho não está bem, mesmo que ele sorria.

Por que devemos ouvir os pressentimentos?

Essas percepções não vêm do além. Elas vêm de dentro. De um cérebro treinado, atento, silencioso. Na prática clínica, vejo muito isso. Pessoas que ignoram constantemente essa voz interior acabam, aos poucos, se desconectando de si mesmas. Perdem a referência. Ademais, tomam decisões que parecem corretas no papel, mas não ressoam por dentro. Já aquelas que aprendem a escutar esse sinal interno sem deixar de lado a razão vivem de forma mais coerente, mais alinhada com o que sentem e acreditam.

A intuição não deve ser usada como única bússola. Entretanto, também não deve ser ignorada. Uma mente saudável equilibra os dois lados: avalia os fatos com clareza, mas não descarta os sinais do corpo, as emoções, os incômodos que insistem em aparecer.

Você se considera uma pessoa intuitiva? Já viveu uma situação em que sua intuição parecia estar te avisando de algo? Talvez seja hora de dar mais espaço para esse tipo de escuta. Assim, entender como o cérebro funciona nos ajuda a confiar mais em nós mesmos. E talvez a intuição, longe de ser um mistério, seja só mais uma das formas sofisticadas com que a nossa mente nos guia, nos protege e nos orienta.

Bons Fluidos
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