Estresse crônico pode afetar a saúde física; veja os efeitos no corpo
A irritação constante leva ao aumento dos níveis de cortisol no cérebro, o que impacta não somente o sistema nervoso, como todo o organismo
Ficar irritado de vez em quando é normal e, segundo psicólogos, é até melhor do que guardar os sentimentos a sete chaves e ignorá-los. Entretanto, quando o estresse se torna constante, tanto o emocional quanto o físico são afetados, podendo até se debilitar, seja por exaustão mental ou por problemas de saúde.
"Em episódios assim, o corpo fica por longos períodos sob intervenção das substâncias do estresse, gerando, além do esgotamento, uma série de doenças, como transtornos digestivos e alimentares, hipertensão, insônia, depressão e outros", explicou a psiquiatra Fabiana Arruda, em seu site.
Entendendo a ação do estresse no organismo
Durante momentos desgastantes e ameaçadores, o cérebro estimula as glândulas suprarrenais a liberarem hormônios como a adrenalina e o cortisol. Assim, como consequência, as substâncias elevam a pressão arterial e a frequência cardíaca, além de aumentar o nível de glicose no sangue.
Esse processo, que caracteriza uma preparação do corpo para responder em meio a perigos, afeta principalmente o sistema nervoso. Isso porque a alta presença de cortisol gera impactos em diferentes áreas cerebrais. A amígdala, responsável pelo processamento de emoções, por exemplo, sofre com hiperatividade, ocasionando ansiedade e reações impulsivas.
O hormônio, quando em excesso, ainda desencadeia a diminuição do hipocampo, o que dificulta a concentração e interfere na memória. Ademais, influencia o funcionamento do córtex pré-frontal, pois reduz suas atividades e atrapalha a linha de pensamento, bem como a tomada de decisões.
Impactos no corpo
Mas os prejuízos não se restringem ao cérebro. De acordo com especialistas, o estresse crônico está associado ao aumento do risco de desenvolver condições de saúde graves, como doenças cardíacas e AVC. Há também ameaças ao sistema imunológico, já que o cortisol o fragiliza, deixando os afetados mais suscetíveis a infecções.
Além disso, pessoas com irritação constante tendem a apresentar síndrome do intestino irritável, gastrite, alterações de apetite e episódios de azia. Profissionais alertam ainda sobre os riscos dermatológicos, em decorrência das mudanças hormonais. A exaustão, conforme apontam, pode causar desde acne até dermatite, psoríase e queda de cabelo.
Por isso, eles recomendam aderir a hábitos mais saudáveis para reduzir o estresse e melhorar não somente o emocional, como o físico. A dica é adaptar a rotina, acrescentando atividades físicas regulares, uma dieta equilibrada, cuidados com a qualidade do sono e interações sociais. Procurar ajuda profissional, mesmo quando o quadro aparenta estar controlado, também pode ser potencialmente benéfico.