Esposa de Arlindo Cruz revela as 5 perguntas que ele fez quando se conheceram
Família de Arlindo Cruz relembra histórias e legado do sambista após sua despedida; veja
No último domingo (10), a família de Arlindo Cruz, que faleceu na sexta-feira (8), aos 66 anos, falou pela primeira vez sobre a perda do cantor e compositor, considerado um dos maiores nomes do samba. Em entrevista ao Fantástico, a viúva Babi Cruz e os filhos Flora Cruz e Arlindinho compartilharam memórias, aprendizados e o legado deixado pelo artista.
As cinco perguntas que marcaram o início da história de amor
Babi relembrou o primeiro encontro com Arlindo, em 1986, quando ele, curioso e criterioso, fez um "teste" para saber se o romance teria futuro. "Ele me perguntou: 'Qual é o seu time?', 'Qual é a sua religião?', 'Qual é a sua escola de samba?', 'Qual é o seu signo?' e 'Quais são os seus planos para o futuro?'", contou.
A paixão pela escola de samba Império Serrano estava entre as prioridades do sambista. Babi também revelou que um dos planos do marido era ser pai da menina Flora - enquanto ela sonhava em ter um Pedro, que acabou tornando-se muito parecido com Arlindo. "São filhos sonhados, programados", ressaltou.
"Um ser humano acima da curva"
Para Babi, o relacionamento moldou sua vida pessoal e profissional. "O final da minha adolescência, o início da minha maturidade foi com esse homem, que ajudou a formar a minha personalidade. Um ser humano acima da curva. Agradeço por termos vivido quatro décadas, dia após dia", disse ela.
O melhor colo do mundo
Flora, emocionada, descreveu o pai como "o melhor amigo" e "o melhor colo do mundo": "Ele era muito à frente do tempo, muito meu amigo. Um pai incrível, nosso melhor amigo, nosso melhor colo. Hoje, a gente perde um grande colo, o melhor colo do mundo todo", lembrou ela. "Eu descobri tudo da vida, e ainda tenho muito para descobrir, com o meu pai. Ele preparou muito a gente para enfrentar o mundo, para enfrentar as situações difíceis, as adversidades e a nossa realidade", refletiu a ex-Fazenda.
Arlindinho reconheceu o peso de carregar o nome do pai e a responsabilidade de seguir seu caminho no samba. "Eu sei que jamais vou ser 10% do que o meu pai foi, né? Da genialidade dele. Mas eu vou seguir o legado, vou fazer do meu jeito, vou procurar melhorar mais ainda. E honrar", destacou. "Era um ensinamento todos os dias: sinônimo de trabalho, de luta, de amor ao samba, de amor aos filhos, de amor à vida. Ele amou muito". Ele também falou sobre o alívio de vê-lo descansar após anos de luta: "Talvez hoje seja o dia de maior alívio. Pior que perder meu pai era vê-lo sofrendo."
Uma despedida à altura do sambista
Babi contou que a festa de despedida foi pensada como o próprio Arlindo queria: "Ele, brincalhão do jeito que sempre foi, falava: 'Se não for pra morrer assim, eu nem venho. Se não for para ter um gurufim à altura de um sambista, nem morro'. E foi muito à altura dele, tudo perfeito". Flora completou: "Enquanto teve força para se manter aqui com a gente, ele se manteve. O Arlindo foi no tempo dele. Nada melhor do que o tempo ser responsável por todos os atos da nossa vida."