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Ronin, uma cafeteria de cozinheiros, estreia na Barra Funda

Pedro Nóbrega e Vitor Ribas estão à frente da casa, cujo foco é a comida (mas o café é bom também)

9 set 2024 - 12h51
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"Dizem que somos uma cafeteria…" É assim que a nova Ronin, aberta há 15 dias na junção da Barra Funda com a Santa Cecília, se apresenta na sua "bio" do Instagram. É que a casa, que até carrega o aposto "café" no nome (@ronincafesp), tem a bebida como coadjuvante.

Mas, calma, isso não quer dizer que o café seja ruim, pelo contrário. É que o foco mesmo é a comida, feita por Pedro Nóbrega e Vitor Ribas (ambos do Notiê - Priceless), que buscavam um lugar despretensioso e descolado, onde tivessem total liberdade para colocar suas asinhas de fora. Dois cozinheiros sem chef, dois samurais sem mestre, assim como um ronin (daí o nome).

Mortadela Sando, clássico paulistano com toque asiático.
Mortadela Sando, clássico paulistano com toque asiático.
Foto: Leo Martins/Estadao / Estadão

O universo asiático, por sinal, extravasa a escolha do nome e dá pinta em outros detalhes: do salão minimalista ao toque final dos pratos. O mortadela sando (R$ 25), por exemplo, montado num pão de sal de fermentação natural tostado na chapa com óleo de alho, leva mortadela e queijo chapeados, picles de pepino feito na casa e a famosa maionese japonesa Kewpie.

O pão com ovo (frito ou mexido; R$ 20) e picles é finalizado com chili oil, condimento muito utilizado nas cozinhas do sudeste asiático, já o tofu toast (R$ 25), vegano, que entrega fatia de tofu chapeado, brócolis tostado e alho frito, é arrematado com molho ponzu.

Até o queijo quente (R$ 25), que combina muçarela e requeijão do Norte no recheio do brioche, ganha um quê de Ásia com o toque adocicado de um interessante toffee de alho, servido num potinho à parte.

Toffee de alho rouba a cena no queijo quente.
Toffee de alho rouba a cena no queijo quente.
Foto: Leo Martins/Estadao / Estadão

Entre as sobremesas, o tiramisù (R$ 21) tem bolachas champanhe banhadas em café extraído a frio, cobertas com um cremosíssimo creme de mascarpone e telhas de cacau. O banana bread (R$ 19), vegano, é servido chapeado e incrementado com toffee de coco. E o chia pudding (R$ 15), opção mais refrescante e também vegana (já deu para reparar que veganos passam bem no Ronin, né?!), combina coco, capim santo e pêssego.

Já o Oreo (deixei por último para ele não roubar toda a sua atenção) entrega uma sedosa ganache de chocolate branco e cumaru entre dois discos de biscoito de cacau black. A surpresa fica na hora da mordida: o centro dele esconde um tantinho de caramelo salgado, desses bem molinhos… Acredite, ele é o tipo de doce que vai fazer você sair do conforto do seu bairro e ir até a Barra Funda só pelo prazer de degustá-lo outra vez.

Oreo esconde surpresa no centro.
Oreo esconde surpresa no centro.
Foto: Leo Martins/Estadao / Estadão

O café também é bom

"Não somos uma cafeteria que oferece trocentos métodos de extração, mas temos um café bom e honesto", ressalta Pedro. Na V60, o café coado na hora (R$ 16) pode ser preparado a partir de três tipos de grãos, todos paulistas e torrados pela Corisco Cafés: o aranãs vem de Divinolândia, tem notas de frutas vermelhas e uma "acidez brilhante"; o obatã, de São Sebastião da Grama, puxa para o caramelo e tem acidez equilibrada; e o blend de catuaí vermelho e amarelo mundo novo, também de São Sebastião da Grama, com notas de frutas amarelas e caramelo.

Além dessas, há também a opção do coado do dia (R$ 10), sempre a postos ali na garrafa térmica, ou as versões extraídas a frio, como o Mont Blanc, que combina cold brew, leite cremoso (pode ser de aveia) e um xarope de laranja feito na casa.

Mont Blanc, com cold brew, leite e xarope de laranja feito na casa.
Mont Blanc, com cold brew, leite e xarope de laranja feito na casa.
Foto: Leo Martins/Estadao / Estadão

Rango X

Esporadicamente - mas sempre aos domingos -, a Ronin vai deixar o seu cardápio corriqueiro (e sua alma de cafeteria) de lado para promover o Rango X. Nele, os chefs Pedro e Vitor vão servir receitas que lhe derem na telha, como o oniguiri chapeado com tofu defumado, ponzu de gengibre e furikake (R$ 25), o escabeche de sardinha no pão de fermentação natural (R$ 25) e pork sando, com carne de porco desfiada, barbecue japonês e coleslaw (R$ 38), que foram servidos na estreia do evento, no domingo passado. O próximo deve ocorrer em outubro.

Também de vez em quando, devem rolar menus-degustação de sobremesas empratadas (como as servidas em restaurantes) e harmonizadas com café. Vale o contexto: Pedro, hoje chef-operacional do Notiê, desde 2022, é o confeiteiro responsável pelas caprichadas sobremesas da casa. Já Vitor, que também dá expediente na praça doce do restaurante, é barista e toca paralelamente o Ozaki Coffee, de cold brews.

Serviço

Ronin Café

Onde: R. Dr. Albuquerque Lins, 253, Barra Funda.

Funcionamento: 9h/18h (dom. 9h/21h; fecha 2ª e 3ª)

Estadão
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