Última superlua do ano acontece esta semana; entenda o fenômeno
A última superlua de 2025 ilumina o céu nesta semana, unindo ciência e simbolismo em um espetáculo raro; entenda o fenômeno e como aproveitar a melhor visão
A noite desta quinta-feira (4) reserva um presente especial para quem ama observar o céu: a última superlua do ano. O fenômeno poderá ser visto em todo o Brasil (e no mundo) e promete iluminar a noite com um brilho mais intenso e um tamanho aparente maior do que o habitual.
A superlua acontece quando a Lua cheia coincide com o perigeu, o ponto de maior aproximação do satélite em relação à Terra. É por isso que, nesses momentos, ela parece crescer no céu e ganhar mais luminosidade. Em 2025, o evento já havia dado as caras em outubro e novembro, e agora retorna para encerrar o ano com chave de ouro.
Segundo o Observatório Nacional, as condições do clima fazem toda a diferença. Céu limpo, baixa poluição luminosa e um local com boa visibilidade do horizonte aumentam as chances de apreciar o brilho máximo da Lua. Observar o fenômeno logo após o nascimento do astro também potencializa o impacto visual.
Afinal, o que é uma superlua?
Apesar de muito popular, o termo "superlua" não faz parte do vocabulário acadêmico da astronomia. O conceito foi criado em 1979 pelo astrólogo Richard Nolle, que definiu como superlua qualquer Lua cheia que ocorresse exatamente no perigeu ou em até 90% da distância desse ponto - um critério arbitrário e sem base científica.
Por isso, instituições astronômicas mundo afora adotam definições diferentes. Algumas consideram superluas apenas quando a fase cheia ou nova ocorre muito perto do perigeu; outras estipulam distâncias específicas, como 360 mil quilômetros ou menos. Independentemente da nomenclatura, o que se vê no céu é o mesmo: uma Lua aparentemente maior e mais luminosa.
Por que ela parece maior?
A resposta está na trajetória da Lua. Ao redor da Terra, ela não descreve um círculo perfeito, mas uma órbita elíptica. Isso faz com que, ao longo do mês, o satélite esteja ora mais próximo, ora mais distante de nós. No perigeu, essa distância pode chegar a aproximadamente 356 mil quilômetros. Já no apogeu, mais distante, a Lua pode ultrapassar 406 mil quilômetros da Terra - uma diferença de cerca de 50 mil km, suficiente para gerar o efeito visual que tanto encanta os observadores. Durante uma superlua, o satélite pode parecer até 14% maior e brilhar cerca de 30% mais do que em outras luas cheias.
A "Lua Fria": o nome especial da Lua cheia de dezembro
Cada Lua cheia do ano recebe um nome tradicional, uma herança cultural que atravessa povos, séculos e simbolismos. A superlua de dezembro recebe o nome de Cold Moon, ou Lua Fria, na tradição do povo Mohawk, referência às quedas de temperatura no Hemisfério Norte. Ela simboliza recolhimento, força interior e reflexão. É um momento para desacelerar e cultivar calma durante as noites longas do inverno daquele hemisfério.
Em outros povos, ela também é lembrada como Lua da Noite Longa, Lua Antes de Yule ou Lua de Natal, reforçando o caráter espiritual e introspectivo dessa fase. No Hemisfério Sul, onde dezembro é sinônimo de verão, alguns nomes alternativos fazem mais sentido, como Lua de Morango ou outras designações relacionadas à abundância e ao calor da estação.
Um convite para olhar para cima
A última superlua do ano é mais do que um fenômeno astronômico. É uma oportunidade de desacelerar, contemplar e sentir-se parte de algo maior. Mesmo que o brilho aumentado seja apenas um detalhe técnico da órbita lunar, o impacto emocional que ela causa é imenso. Se o céu colaborar, vale reservar alguns minutos da noite de quinta-feira para se conectar com essa beleza que atravessa culturas, épocas e fronteiras. Afinal, olhar para a Lua sempre foi um gesto de encantamento - e, nessas noites especiais, ela realmente parece brilhar só para nós.