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Por que algumas pessoas precisam de menos horas de sono? Resposta está na genética

Pesquisas revelam que algumas pessoas possuem variantes genéticas que tornam o sono mais eficiente, permitindo que o corpo repare tudo em menos tempo

17 nov 2025 - 13h39
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Dormir entre sete e nove horas por noite é a recomendação clássica para a maior parte dos adultos. Ainda assim, existe um grupo muito pequeno de pessoas cuja biologia funciona em outro ritmo: mesmo tendo bem menos horas de sono, elas despertam recuperadas, alertas e cheias de energia. A ciência vem investigando esse fenômeno há mais de duas décadas - e descobrindo que a explicação pode estar no DNA.

Sono: cientistas identificam mutações genéticas raras que explicam por que algumas pessoas dormem pouco e acordam bem
Sono: cientistas identificam mutações genéticas raras que explicam por que algumas pessoas dormem pouco e acordam bem
Foto: Reprodução: Canva/eclipse_images / Bons Fluidos

Um estudo publicado recentemente trouxe novas pistas. Os pesquisadores identificaram uma mutação genética rara no gene SIK3 em indivíduos que dormem pouco naturalmente. Ao reproduzir essa mesma alteração em camundongos, os animais também passaram a precisar de menos descanso.

Como o estudo foi conduzido

A investigação começou com o sequenciamento genético de uma pessoa que dormia pouco sem apresentar qualquer distúrbio do sono - ela simplesmente acordava bem, mesmo com horas reduzidas. A análise revelou uma mutação no SIK3, gene que produz uma enzima ativa entre os neurônios e que parece influenciar o modo como o cérebro se reorganiza durante a noite.

O que isso significa para a ciência do sono?

A descoberta ainda não é conclusiva, mas reafirma algo que pesquisadores já suspeitam: existe um grupo muito raro de pessoas cujo organismo realiza os processos reparadores - limpeza celular, consolidação de memória, equilíbrio hormonal - de forma mais eficiente durante o sono.

Como explica a neurocientista Ying-Hui Fu, coautora da pesquisa, "nossos corpos continuam trabalhando quando vamos para a cama, se desintoxicando e reparando danos. Mas nessas pessoas, todas as funções que nossos corpos realizam enquanto dormimos podem simplesmente funcionar em um nível mais alto". O estudo integra uma linha de pesquisas iniciada nos anos 2000, quando o genoma de uma mãe e uma filha com sono naturalmente curto revelou a primeira mutação ligada ao ritmo circadiano humano. Desde então, já foram identificadas cinco mutações em quatro genes diferentes que podem contribuir para essa característica.

Sono, genética e saúde: o que já se sabe

Embora não exista um único gene responsável pelo ato de dormir, diversos estudos mostram que a genética influencia a duração e a qualidade do sono. Um trabalho de 2019, que analisou dados de mais de 446 mil pessoas, identificou mais de 70 regiões genéticas associadas à duração do sono - incluindo variantes ligadas a: maior ou menor necessidade de descanso; tendência ao acúmulo de gordura corporal; mais sintomas de depressão; níveis de escolaridade diferentes. Os resultados reforçam que tanto dormir pouco quanto dormir demais pode estar associado a impactos negativos na saúde.

Afinal, quanto devemos dormir?

Embora algumas pessoas extraordinariamente raras consigam funcionar bem com três a seis horas por noite, a maioria de nós não possui essas mutações. Para o restante da população, dormir pouco costuma trazer consequências claras: cansaço persistente; dificuldade de foco; irritabilidade e alterações de humor; prejuízo de memória; dores de cabeça; ansiedade e depressão. A longo prazo, a privação de sono aumenta o risco de doenças graves, como infarto, AVC e Alzheimer.

Instituições como Harvard reforçam que a maioria dos adultos precisa de pelo menos oito horas por noite para garantir reparo físico e mental adequados. Crianças e adolescentes necessitam de ainda mais; já bebês podem chegar a 16 horas por dia.

O papel do relógio biológico

Grande parte desse processo é regulada pelo ciclo circadiano, o sistema interno que organiza ritmos como sono, vigília, temperatura e liberação hormonal. Ele responde principalmente à luz: quando o ambiente escurece, o corpo aumenta a produção de melatonina, sinalizando o momento de desacelerar. Assim como a necessidade de sono, o funcionamento desse relógio também varia entre indivíduos. Alguns são naturalmente mais diurnos, outros mais noturnos.

A ideia de dormir pouco e ganhar tempo no dia é tentadora, mas perigosa. Especialistas alertam que a imensa maioria das pessoas não possui as mutações que permitem um sono curto saudável. Ou seja, dormir pouco tende a resultar em prejuízos, mesmo que no início não pareça. Somente indivíduos com uma configuração genética muito específica conseguem manter funções reparadoras em ritmo acelerado, e eles são raríssimos.

Bons Fluidos
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