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'Não foi intenção do vídeo mostrar que bater em mulher é legal', diz dono de hamburgueria

Encenação de violência contra funcionária do Underdog recebeu críticas e responsável pelo local explica que objetivo era satirizar 'chef bipolar'

16 jul 2019 - 10h42
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Responsável pela Underdog, em Pinheiros, explica que objetivo era satirizar 'chef bipolar' e não incentivar violência contra a mulher.
Responsável pela Underdog, em Pinheiros, explica que objetivo era satirizar 'chef bipolar' e não incentivar violência contra a mulher.
Foto: Instagram/@underdogbar / Estadão

Após receber inúmeras críticas nas redes sociais, o dono do Underdog, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, gravou uma série de vídeos explicando o objetivo da ação.

"Eu sou o criador da ideia do vídeo que deu toda essa polêmica. Muita gente não entendeu nada e hoje infelizmente temos exércitos de blogueiras e youtubers para defender algumas bandeiras. A empresa sempre usou do 'sarcasmo' e do 'humor negro' para mostrar o posicionamento do restaurante. Todos eles vão ter diferentes leituras. A gente faz uma piada que talvez agrade alguns e ofenda a outros. A gente entende totalmente e não era a intenção", argumenta Santi Roig.

Na primeira imagem encenada, que foi deletada pelo Instagram no fim de semana, um cliente reclama que um lanche está salgado e o dono do estabelecimento vai até a cozinha e agride a funcionária. Na outra cena, ela aparece montando outro lanche, já com o olho roxo.

"Hoje em dia ninguém lê nada. É mais fácil sair xingando. Minha ideia era focar uma sátira com esses chefes de cozinha que é 'bipolar', totalmente imparcial, que faz um agrado no cliente, faz uma risadinha e senta porrada nos funcionários (sic)", disse Roig.

Existem muitos mitos envolvendo o Transtorno Bipolar, que é uma doença psiquiátrica séria e precisa de mais esclarecimento a população. Para saber mais sobre a doença, .

Ainda sobre o vídeo, o dono do Underdog ressalta que a funcionária representa os cozinheiros do restaurante e não foi escolhida para o 'papel' por ser mulher. "Essas feministas que querem salvar o mundo acabaram detonando a menina, mas ela tem um dos melhores cargos do restaurante e tem salário igual. Vão dizer que isso é o mínimo, vão, mas é o mínimo que muita gente não faz", desabafou.

Roig também publicou o vídeo, intitulado direito de resposta, no perfil pessoal dele e desabilitou os comentários no Instagram. "Não foi a intenção do vídeo mostrar que bater em mulher é legal. Peço, pela quarta vez, desculpas a quem se ofendeu. É um tema delicado. Eu respondo pelo Underdog e fico triste porque muita gente que trabalha lá será afetada por uma brincadeira minha de mau gosto, talvez", finalizou.

Direito de resposta :)

Uma publicação compartilhada por @ underdogbar em

Nos últimos dias, diversos internautas incentivaram o boicote ao restaurante e criticaram o vídeo em que a funcionária finge que é agredida pelo patrão. "E esse micão da hamburgueria Underdog? Viram o vídeo do dono se desculpando?", escreveu Kéfera, no Twitter.

"Eu não sei se fico chocado com o vídeo sobre a agressão na mulher ou com o Direto de Resposta que postaram no Instagram do restaurante", escreveu um internauta.

Estadão
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