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Ator da "Turma da Mônica" é criticado por fetiche em fezes; prática não é doentia

Fernando Mais é autor do ebook "Quero Scat: O sexo com cocô, mijo e peidos"

14 jul 2023 - 16h48
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Fernando Mais
Fernando Mais
Foto: Reprodução/ Instagram @feermais

O ator Fernando Mais, conhecido por seu trabalho no filme "Turma da Mônica: Laços" (2019), teve sua intimidade exposta na semana passada. Revelaram - e ele assumiu - ser dono de um perfil no Twitter e autor de um livro sobre fetiche escatológico.

Sob o codinome Gustavo Scat, o artista aborda o desejo sexual associado a excrementos*. Desde a descoberta, o caso ganhou grande repercussão, Fernando foi alvo de muitas críticas que associavam seu trabalho na produção infanto-juvenil ao fetiche e colheu alguns frutos. Seu ebook, lançado em maio e intitulado "Quero Scat: O sexo com cocô, mijo e peidos", chegou a figurar entre os mais vendidos da Amazon e segue na terceira posição da categoria “erótico”.

Diante disso, Fernando se declarou "assustado com a exposição", mas decidiu encarar o fato. Ele começou a falar abertamente sobre o assunto em suas redes sociais e deu uma entrevista para o canal de Lucas Selfie no Youtube, o "Selfie Service".

“Eu entendo as pessoas fazerem piada, eu mesmo fiz piada do assunto (...), mas eu recebo hates do tipo: ‘se mata’, ‘se eu te encontrar na rua, eu vou…’. Me assusta. Fiquei mais assustado nesse sentido”, afirmou, ao comentar que ainda se sente “perdido” com a repercussão, porém disposto a enfrentar isso.

Qual o limite do fetiche escatológico?

O termo scat usado por Fernando vem do inglês scatophilia, que pode ser traduzido como escatologia ou, em português claro, o interesse ou gosto por fezes e tudo mais que se considera... escatológico.

Como exceção à norma - onde comumente se encontra prazer sexual -, tal fetiche é considerado uma parafilia. "O termo parafilia representa qualquer interesse sexual intenso e persistente que não aquele voltado para a estimulação genital ou para carícias preliminares com parceiros humanos que consentem e apresentam fenótipo normal e maturidade física", afirma o psicólogo e professor de Psicanálise, Ronaldo Coelho, ao citar o DSM-5  (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).

Em entrevista ao Terra, ele ressalta que não se pode falar em transtorno parafílico se a condição não implica sofrimento para o indivíduo ou danos para a sua própria vida ou de terceiros. Isso exclui, claro, práticas criminosas como zoofilia e pedofilia.

"A parafilia por si só é apenas uma exceção à norma, do que seria predominante na sociedade e por isso foi normalizado, e ela pode muito bem não oferecer risco ou dano a ninguém e a pessoa pode estar em paz, vivendo sem sofrimento. Deste modo, não implica um transtorno", esclarece o professor.

Falso moralismo

De acordo com ele, de modo geral, muitos praticantes do fetichismo sequer apresentam sofrimento ou prejuízo, mas grupos moralistas se aproveitam do tabu em torno do assunto.

Coelho lembra que a ciência evoluiu - parafilias eram antes conhecidas como "perversões sexuais", o que aumentava o estigma em torno delas. Mas socialmente ainda há quem associe o desejo e práticas sexuais pouco comuns ao caráter.

"Eu conseguiria apresentar dois grupos, aquele que se beneficia de uma taxação do outro como 'mau caráter' para criar uma cortina de fumaça para parecer mais honrado e virtuoso do que aquele a quem seus ataques são enviados", pontua, citando como exemplo pastores que se aproveitam dessa tática político-discursiva.

O segundo, na visão do professor, seria mais ingênuo.

"O que costuma ser 'desviante da norma', aqui pensando como curva normal, da estatística mesmo, tende a produzir estranhamento, por vezes repulsa ou indignação em algumas pessoas. É natural que aquele que sente nojo nessas situações continue sentindo e aceitar que outras pessoas são diferentes da gente não é pedir para que se mude o jeito de sentir excitação e prazer, que o seu nojo se transforme em excitação sexual, por exemplo", explica. Para Coelho, tratam-se das vítimas do primeiro grupo.

Fonte: Redação Terra Você
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