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Antes de ir sozinha à escola, criança pode ir com amigos

9 mai 2013 - 07h07
(atualizado às 07h08)
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Na medida em que as crianças crescem, surge também o desejo por mais autonomia e liberdade. Ir à escola sozinha pode ser um grande passo, mas os pais se perguntam qual o momento certo para permitir que isso aconteça. No entanto, conforme acredita a psiquiatra infantil Ivete Gattás, não há regras que guiem essa decisão, pois cada caso é diferente de outro, há situações sociais e de segurança muito distintas que influenciam nesta escolha.

Irmão mais velho pode acompanhar o caçula, mas a rsponsabilidade não deve ser exclusivamente dele
Irmão mais velho pode acompanhar o caçula, mas a rsponsabilidade não deve ser exclusivamente dele
Foto: Shutterstock

“Trinta anos atrás, uma criança de oito ou nove anos poderia ir à escola de ônibus ou a pé tranquilamente em qualquer cidade brasileira. Hoje, em cidades grandes, como São Paulo, essa situação é impensável”, afirma a psiquiatra. Para ela, em cidades ou bairros pequenos, onde todos se conhecem e a distância entre casa e escola é pequena, entre os oito e 10 anos os pequenos podem percorrer os trajetos sozinhos. A partir desta idade, a criança já tem maturidade suficiente para compreender regras de segurança.

Já em cidades maiores e menos seguras, a recomendação é que os pais esperem no mínimo até os 13 ou 14 anos, para deixar os filhos saírem sozinhos. Por volta desta época, eles já têm mais noção de riscos, responsabilidade e atenção. Portanto, sabem lidar melhor com as diferentes situações referentes a trânsito e violência urbana com as quais podem se deparar no trajeto.

Apesar de não haver idade certa para dar mais autonomia aos filhos, Ivete indica alguns sinais aos quais os pais podem ficar atentos para decidir se os filhos estão prontos. Para ela, crianças que se dão conta dos perigos que correm estão melhor preparadas do que as que se sentem totalmente seguras. Saber questionar a autoridade de adultos desconhecidos, desconfiar deles e não segui-los são sinais de maturidade. Além disso, senso de organização de espaço e tempo, aliado a um bom nível de concentração também são fundamentais para que o pequeno não se desvie do caminho traçado.

De acordo com a psiquiatra, não há como garantir plenamente a segurança dos filhos quando estão separados dos pais, mas orientá-los adequadamente é uma boa maneira de chegar perto disso. Segundo ela, quando a criança vai à escola acompanhada de um grupo de colegas ou amigos, uns cuidam dos outros. Isso exige que tenham responsabilidades e lhes dá uma maior sensação de liberdade, sem que estejam completamente sozinhos. No entanto, quando se trata de irmãos, Ivete recomenda cautela. “O irmão mais velho pode acompanhar o caçula, mas a responsabilidade de cuidar do outro pode ser muito pesada, se considerarmos que são duas crianças. Se algo ruim acontecer, será um trauma muito grande para o irmão maior”, comenta.

Orientação

Há situações em que os pais, por algum imprevisto, não podem levar os filhos à escola. Por isso, é sempre bom preparar a criança desde cedo para estes momentos. Isso pode ser feito de maneira simples, mostrando a elas pontos de referência do trajeto, reforçando dicas básicas de segurança pessoal (não falar com estranhos, ir direto para a escola sem parar no caminho etc) e de de segurança no trânsito (respeitar o semáforo, atravessar a rua na faixa de segurança, olhar sempre para os dois lados, etc).

Nos primeiros dias depois de decidido que chegou o momento certo, o ideal é que o adulto acompanhe a criança de longe, mas que ela saiba que está sendo monitorada. “Isso dá sensação de autonomia, e ao mesmo tempo, de segurança”, esclarece a psiquiatra infantil. Aos poucos, a distância vai ficando maior, até que a criança complete sozinha o trajeto e os pais sejam avisados quando ela chegar à escola.

Ivete ressalta que a conquista do direito de ir sozinha à escola deve se dar em etapas, pois se acontece de repente, quando a criança ainda não está preparada, isso pode deixá-la com medo, insegura. E mesmo quando a criança já foi algumas vezes desacompanhada, não há problemas em levá-la se um dia ela solicitar. Por isso, os pais devem sempre estar acessíveis, abertos ao diálogo.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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