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Canetas emagrecedoras podem afetar a fertilidade?

Canetas emagrecedoras podem afetar a fertilidade? Especialista analisa impactos e avalia versão brasileira do medicamento

30 jul 2025 - 10h05
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Dr. Paulo Tudech, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, explica como substâncias como a semaglutida influenciam ovulação, reserva ovariana e saúde hormonal

O uso das chamadas canetas emagrecedoras - como Ozempic, Wegovy e similares - segue em alta no Brasil, principalmente entre mulheres em idade fértil. Apesar da promessa de emagrecimento rápido, poucas pessoas discutem os impactos dessas medicações na fertilidade fora dos consultórios.

Foto: Revista Malu

Dados divulgados em junho de 2025 pelo New York Post e pela Pharmacy Times mostram que cerca de 15% das pacientes que usam agonistas de GLP‑1 relataram alterações no ciclo menstrual e na ovulação.

Entre os homens, um estudo apresentado na American Urological Association (AUA 2025) apontou melhora de até 2,8% na normalização da contagem de espermatozoides. Isso mostra que o impacto pode variar conforme o perfil de cada paciente.

Além disso, a agência regulatória do Reino Unido (MHRA) emitiu um alerta, também em junho de 2025, sobre mais de 40 casos de gestações inesperadas durante o uso de medicamentos como semaglutida e tirzepatida. O aviso reforça a importância da orientação contraceptiva para quem não deseja engravidar.

As canetas emagrecedoras exigem cautela

Para o Dr. Paulo Tudech, especialista em reprodução humana da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, o tema deve ser abordado com cautela, informação de qualidade e acompanhamento personalizado. "A semaglutida das canetas emagrecedoras atua principalmente no controle do apetite e do metabolismo, mas esses efeitos repercutem de forma sistêmica. Em mulheres, podem ocorrer alterações no eixo hormonal, ciclos irregulares ou até impacto sobre a reserva ovariana, dependendo da intensidade da perda de peso e do estado nutricional. Por outro lado, para pacientes com obesidade ou síndrome dos ovários policísticos (SOP), essas medicações podem ser grandes aliadas. Isso porque a perda de peso melhora a sensibilidade à insulina e favorece a ovulação. O risco está no uso sem indicação, sem monitoramento e com expectativas irreais", explica.

Ozempic brasileiro

Com a chegada do Ozempic brasileiro — nomes comerciais Olire e Lirux, produzidos pela EMS e previstos para chegar ao mercado ainda em 2025 — o acesso deve se tornar ainda maior. Para o Dr. Paulo, isso amplia a responsabilidade sobre o uso consciente. "A produção nacional democratiza o acesso, mas reforça a urgência de informação técnica e acompanhamento especializado. Na Nilo Frantz, defendemos o tratamento multidisciplinar: endocrinologistas, nutricionistas e especialistas em reprodução trabalham juntos para que o paciente emagreça de forma saudável e preserve sua saúde reprodutiva."

Perda de peso excessivo das canetas emagrecedoras

O médico também alerta para um ponto pouco discutido: o risco da perda de peso excessiva. "A magreza extrema também compromete a fertilidade, pois níveis muito baixos de gordura corporal reduzem a produção hormonal, prejudicando a ovulação e a qualidade dos óvulos. É um equilíbrio: perder peso em excesso, de forma descontrolada, pode ser tão prejudicial quanto a obesidade."

Ele destaca que o medicamento é apenas uma ferramenta. Para ter mais efeito, deve estar inserido em um contexto mais amplo. Isso inclui uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, sono de qualidade e atenção à saúde intestinal — todos esses fatores influenciam diretamente a fertilidade.

"Até o momento, não há estudos que comprovem ganho de fertilidade apenas pelo uso da semaglutida. O que existe é a evidência de que a perda de peso equilibrada melhora a função ovulatória, o ambiente uterino e, em alguns casos, a qualidade dos óvulos e dos espermatozoides. Por isso, é fundamental acompanhamento médico, exames regulares e planejamento reprodutivo claro" finaliza o médico.

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