Câncer de pele: exames modernos ajudam no diagnóstico precoce
O câncer de pele representa 30% de casos de tumores no país. Diagnóstico e tratamento precoces são essenciais!
Exames diagnósticos vêm revolucionando o entendimento, a prevenção e o tratamento do câncer de pele
O câncer de pele, o tipo mais frequente de tumor maligno no Brasil, representa mais de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o que o torna um enorme desafio para a saúde pública. Mas avanços tecnológicos têm revolucionado o diagnóstico e o tratamento da doença, oferecendo ferramentas mais precisas e integradas.
Entre essas inovações, a ultrassonografia de alta frequência (USAF) e a análise genômica têm se destacado. Esses exames permitem diagnósticos mais precoces e tratamentos personalizados que transformam os cuidados oferecidos aos pacientes. A detecção precoce é essencial para aumentar as chances de cura. Por isso, o uso de tecnologias de ponta tem se mostrado crucial para identificar lesões em estágios iniciais.
"Com a ultrassonografia de alta frequência, conseguimos identificar, em uma única avaliação, características detalhadas de lesões, abrangendo acometimento de diferentes camadas da pele e revelando alterações que podem indicar neoplasias como carcinoma basocelular, espinocelular e até melanoma. A integração com dados genômicos potencializa o diagnóstico, possibilitando um cuidado ainda mais personalizado", explica Henrique Galvão, geneticista e gerente médico na Dasa Genômica
Como funciona a ultrassonografia de alta frequência?
A ultrassonografia de alta frequência utiliza transdutores com frequências entre 10 MHz e 70 MHz, permitindo uma análise em alta resolução das camadas mais superficiais da pele. E essa análise inclui, desde o estrato córneo até tecidos profundos, destacam sua versatilidade no diagnóstico e no planejamento terapêutico para tumores cutâneos.
"Esse é um recurso revolucionário que fornece informações valiosas para dermatologistas, oncologistas e cirurgiões, permitindo maior precisão no diagnóstico e no planejamento de intervenções. Além disso, é uma ferramenta fundamental para avaliar complicações de tratamentos estéticos ou realizar mapeamento de produtos previamente aplicados", afirmaLuisa Juliatto Molina Tinoco, médica coordenadora do Núcleo de Dermatologia do Alta Diagnósticos, da Dasa, líder em medicina diagnóstica no Brasil.
A força da integração com a genômica
Enquanto a ultrassonografia detecta características estruturais, a análise genômica complementa a avaliação com a informação de predisposições genéticas e biologia dos tumores. Essa combinação oferece um panorama mais completo da doença, auxiliando na definição de estratégias terapêuticas personalizadas.
"As ferramentas genômicas permitem identificar marcadores que indicam maior chance de recorrência ou progressão da doença. A abordagem clínica pode ser modificada de forma significativa com estas valiosas informações", reforça Henrique Galvão.
Contribuição para outras condições dermatológicas
Além do câncer de pele, a ultrassonografia de alta frequência já é amplamente utilizada em diferentes áreas da dermatologia. Suas aplicações incluem o diagnóstico e monitoramento de doenças inflamatórias, como psoríase e hidradenite supurativa. Além disso, doenças das unhas e folículos pilosos, bem como lesões vasculares complexas também podem ser avaliadas por esse exame. Na dermatologia estética, ela se tornou importante para guiar procedimentos, avaliar implantes e possíveis complicações.
A técnica é validada por órgãos como a European Federation of Societies for Ultrasound in Medicine and Biology (EFSUMB), reforçando sua eficácia e confiabilidade. Contudo, a obtenção de bons resultados depende tanto da tecnologia quanto da experiência do profissional que realiza o exame. "O treinamento e a padronização dos protocolos são fundamentais para garantir a precisão e a segurança dos resultados", alerta Galvão
Prevenção em destaque no Dezembro Laranja
Com a alta incidência do câncer de pele no Brasil, especialistas aproveitam o Dezembro Laranja para reforçar mensagens de conscientização sobre a prevenção. Evitar a exposição solar entre 10h e 16h, usar protetor solar com fator de proteção alto, chapéus e roupas adequadas são medidas essenciais. Além disso, é fundamental realizar consultas regulares com dermatologistas para o rastreamento de lesões suspeitas.
"O diagnóstico precoce é a melhor estratégia para salvar vidas no combate ao câncer de pele", enfatiza o Henrique Galvão. O profissional finaliza: "Unir tecnologia a uma abordagem integrada e preventiva é o caminho para transformar os desfechos clínicos no país."
Referências:
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pele-melanoma