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Silêncio, ansiedade, mata majestosa: a descida na tirolesa que liga São Bernardo a Cubatão

A reportagem do Terra viveu experiência única no complexo em que fica sediada a tirolesa

13 mai 2024 - 08h03
(atualizado em 20/5/2024 às 05h00)
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Visão da Baixada Santista na tirolesa Voo do Mar
Visão da Baixada Santista na tirolesa Voo do Mar
Foto: Divulgação

Os amantes de aventura têm uma nova opção de passeio radical para desfrutar. A tirolesa Voo da Serra, localizada na estrada que liga São Paulo a Santos, percorre São Bernardo do Campo até Cubatão em apenas 60 segundos. A extensão dos cabos é de 500m, a altura é de 110 metros e a velocidade pode chegar a bater a marca de 60km/h.

Se tiver olhar atento, o aventureiro pode aproveitar os 60 segundos para apreciar uma paisagem magnânima, contemplando a Mata Atlântica, a Baixada Santista e a Estrada Velha de Santos. A atração foi inaugurada em 2023 e, em cerca de um ano de operação, já recebeu mais de 20 mil pessoas.

Veja como é descer a tirolesa Voo da Serra, que liga São Bernardo do Campo a Cubatão em 60 segundos:

Eu, fui uma dessas pessoas que se aventuraram nessa experiência, no Parque Estadual Serra do Mar, complexo onde está sediada a tirolesa. No dia em questão, o tempo não colaborou.

Não chovia em São Paulo, nem em Santos, mas o céu nublado comprometeu a visibilidade. Além disso, precisei conciliar a expectativa da descida com o frio, já que os termômetros marcavam 18ºC.

Porém, nada disso me impediu de fazer o cobiçado voo. De acordo com a equipe da atração, as descidas só são interrompidas em caso de chuva ou ventos fortes.

Dias de espera e pouco sono

A experiência garante uma carga de emoções. Eu, mesmo, que me reconheço um "aventureiro medroso" --aquele que topa, mas não ignora os riscos --, já ansiava para o grande momento desde o início da semana. Até quinta-feira, quando desci na tirolesa, foram dias de espera e pouco sono.

Chegado o tão esperado momento, peguei cerca de uma hora de estrada, logo cedo, munido dos equipamentos de filmagem e coragem para sentir tanta adrenalina correr pelo meu corpo. Meu cérebro disparou dose extra desse hormônio depois que assinei um termo de responsabilidade e seguro de vida, protocolo obrigatório para a descida na tirolesa. 

Como aventureiro medroso que sou, foi nessa hora que percebi onde eu tinha me metido. A perna chegou a bambear, mas eu já tinha ido longe demais para desistir -- ou alto demais.

O local de onde parte a tirolesa é extremamente silencioso, e em nada se assemelha com o que entendemos ser a marca registrada de São Paulo. As raras vezes em que era possível ouvir qualquer coisa, na verdade, eram o canto dos pássaros ou o chacoalhar dos galhos das árvores que reagiam à força dos ventos. Mas todo esse ambiente, apesar de majestoso e bonito, só faziam aumentar a tensão em um ansioso como eu. 

O 'QG' da tirolesa fica na Casa de Visitas, uma construção de 1926, onde os aventureiros são equipados antes da descida. Ali, um profissional do Parque dá as devidas orientações sobre riscos e o que pode ou não ser feito, e ajuda a colocar corretamente os equipamentos de proteção individual, como capacete e ganchos.

Enfim, a descida   

Equipado e termo assinado, é hora de fazer a descida. Direcionado à estação de voo, um funcionário ajuda a prender os últimos ganchos. Com tudo pronto, você só precisa fazer mais uma coisa: sentar. É assim, já no leve agachar, que as cordas começam a correr pelos cabos de ferro. O voo começou!

Pouco após a decolagem, já é possível ver a Baixada Santista, a Estrada Velha de Santos, algumas quedas d'água e a grandiosidade da Mata Atlântica. Do alto, também é possível avistar o Pouso Paranapiacaba, um casarão centenário que virou monumento histórico da Independência do Brasil. 

Ao que se sabe, no Brasil Império a região era de difícil acesso, e até os cavalos mais resistentes tinham dificuldade de fazer o trajeto entre São Paulo e Santos. Hoje, é possível sobrevoar o local por onde Dom Pedro passou antes de proclamar a Independência do Brasil, pendurado em cabos e sem grandes esforços.

Foi só o tempo de lembrar essa curiosidade e o paraquedas se abriu, a velocidade da tirolesa diminuiu e logo chegamos na estação de pouso. Para os entusiastas de história e adrenalina, o passeio, com certeza, deve terminar com um gostinho de quero mais. Eu, aventureiro medroso que sou, fiquei satisfeito com o pouco mais de um minuto de descida.

O que você precisa saber sobre tirolesa Voo da Serra

A atração é liberada para todas as idades. Crianças a partir de 5 anos podem se aventurar em voo duplo, quando é acompanhada por um responsável. A partir dos 8 anos de idade, ou de 35kg, qualquer um pode voar sozinho. 

Além da tirolesa, também é possível realizar outros roteiros no Parque Estadual Serra do Mar, como um roteiro histórico sobre o Brasil Império (8 km), uma trilha asfaltada da Estrada Velha de Santos e um roteiro ecoturístico (3,5 km). Os mais radicais podem agendar também o roteiro aventura (4,5 km) que percorre a trilha da Cachoeira da Torre.

O funcionamento das atividades são de quarta a domingo e feriados, das 8h às 16h20. O Parque Estadual Serra do Mar fica localizado na Rodovia SP 148 (Estrada Caminho do Mar), KM 42 - São Bernardo do Campo – SP. O preço dos ingressos para a tirolesa varia: R$ 60 em dias de semana e R$ 79 nos finais de semana. Aos interessados nas demais atividades listadas, consultar o site oficial.

Fonte: Redação Terra
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