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'Belém é o lugar certo para a COP-30 e não há plano B', diz presidente da conferência

Embaixador André Corrêa do Lago disse que Brasil busca maneiras de acomodar representantes de países mais pobres que pediram transferência do evento

1 ago 2025 - 14h47
(atualizado às 22h01)
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?BRASÍLIA - O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP-30, a conferência climática das Nações Unidas, negou qualquer possibilidade de o maior fórum de discussão global sobre ser transferido, no todo ou em parte, de Belém (PA). A pressão por dificuldades logísticas, reconheceu o diplomata, atrapalha as discussões temáticas e virou uma "questão política".

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Pará (ABIH-Pa) rebateu as declarações de André Lago referentes à disponibilidade e às tarifas de hospedagem para o evento a ser realizado em Belém. "É importante registrar que o embaixador encontra-se mal informado sobre o esforço do setor hoteleiro para atender às demandas apresentadas. No início de junho deste ano, a hotelaria de Belém foi oficialmente solicitada a disponibilizar 500 apartamentos destinados a delegações de países economicamente menos favorecidos, cujos custos são subsidiados pela ONU", disse a entidade, em nota.

O governo do Pará diz que vem adotando soluções para ampliar a oferta de hospedagem em Belém e na região metropolitana durante a COP-30. Além da rede hoteleira já existente, estão em construção novos hotéis, como o Vila COP, que contará com 405 leitos para delegados e líderes.

A União contratou ainda navios para hospedagem flutuante, e escolas da rede estadual estão sendo adaptadas no padrão hostel para receber visitantes.

Para além da oferta limitada de hospedagens em si, os valores cobrados ameaçam inviabilizar a participação de países menos desenvolvidos, que vêm sendo priorizados na seleção de quartos por parte da organização.

A questão é o preço que os países mais pobres podem pagar nas opções de alojamento disponíveis, com diárias oferecidas pelos governos e suporte da ONU é mais baixa do que o custo de hospedagem, de acordo com o embaixador. O valor de subsistência é de US$ 143, para acomodação e alimentação.

Essas delegações solicitaram que os quartos variem entre US$ 50 e US$ 70 dólares americanos. Mas nas datas da conferência os valores estão muito mais elevados.

O presidente da COP-30 afirmou que os preços na capital paraense variam de 10 a 15 vezes mais do que o padrão na rede hoteleira. Indicou também que esse patamar serviu como referência para balizar cobranças por particulares em apartamentos de aluguéis de temporada.

Nas últimas conferências, segundo Corrêa do Lago, valores de alojamento dobraram ou triplicaram, mas jamais subiram até 15 vezes mais, como ocorre agora no Pará.

Segundo o embaixador, os preços estão "muitíssimo acima" e "há uma operação em curso para assegurar que todos os países venham".

"O problema essencial são os preços dos hotéis", disse o presidente da COP escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Os preços mais baratos

A questão atrapalha as negociações climáticas e ameaça uma COP simbólica na Amazônia e "inclusiva", como propôs Lula, pois deve afetar a participação de observadores, de organizações-não governamentais e da sociedade civil - empresas, academia e cientistas.

Uma busca na plataforma online oficial mostra cobranças que chegam a US$ 8 mil dólares por casas de alto padrão.

O sistema foi liberado para consulta ao público nesta sexta e chegou a ficar inacessível por causa da quantidade de demandas no servidor. A instabilidade criou uma lista de espera que atingiu mais de 2 mil pessoas em fila.

"?Temos que encontrar uma maneira de eles estarem porque dizem que a COP não teria legitimidade sem participação universal", afirmou Corrêa do Lago.

Segundo a Secretraria Extraordinária da COP-30, vinculada à Casa Civil, há atualmente 2,5 mil quartos individuais disponíveis com tarifas entre US$ 100 e US$ 600. A política de reservas para garantir uma delegação mínima de cada paíse foi a seguinte:

Os países classificados pela ONU como menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares poderão terão direito a 15 quartos individuais cada para suas delegações, com tarifas entre US$ 100 e US$ 200.

Os demais países terão direito a um mínimo de 10 quartos individuais por delegação com diárias entre US$ 220 e US$ 600.

"O que estamos fazendo é assegurar o número mínimo de quartos a preços possíveis, abaixo do que está no mercado, para que todos os países possam participar. No entanto, os preços mais baratos que foram oferecidos não estão sendo aceitos pelos africanos e países de menor desenvolvimento relativo. Então, temos que tentar abaixar ainda mais", afirmou o embaixador.

Estadão
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