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Mitos e verdades sobre raios? É verdade que estou seguro dentro do carro?

Levantamento inédito do ELAT aponta que mais de 800 pessoas morreram devido a raios no Brasil nos últimos 10 anos; saiba como se proteger

11 dez 2023 - 05h00
(atualizado às 12h12)
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Noite de tempestade em Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Noite de tempestade em Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Foto: Paulo Hoeper/Getty Images

Mais de 800 pessoas morreram por causa de raios no Brasil nos últimos 10 anos, segundo aponta um levantamento inédito do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

De acordo com o ELAT, o País lidera globalmente em incidência de raios, com cerca de 78 milhões de descargas anuais. Embora haja uma tendência de queda nas mortes, o Brasil ainda tem um número significativamente alto em comparação com outros países.

A cada 50 mortes por raios no mundo, uma ocorre no Brasil, que é o segundo país com maior mortalidade na América Latina e o sétimo no mundo.

O levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica ainda mostra que a maioria das mortes ocorre na primavera, verão e outono, sendo mais comuns em áreas rurais e em residências em contato com a rede elétrica.

Uma correlação inversa entre mortes por raios e o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados sugere ainda que locais com menor PIB tendem a ter mais óbitos.

De acordo com o coordenador do ELAT, Dr. Osmar Pinto Junior, essa correlação é devido o grau de informação da população, sendo consistente com a tendência de menor número de mortes em países mais desenvolvidos e maior em países com baixo nível de desenvolvimento.

Além das mortes, foram registradas 266 casos de hospitalizações por raios na última década, com São Paulo liderando as estatísticas.

Quanto ao gado, foram 3.262 mortes atribuídas a descargas elétricas atmosféricas, sendo o Mato Grosso o Estado com mais ocorrências. 

Veja o número de mortes de pessoas a cada ano da última década:

  • 2013: 101
  • 2014: 99
  • 2015: 107
  • 2016: 72
  • 2017: 79
  • 2018: 72
  • 2019: 83
  • 2020: 75
  • 2021: 79
  • 2022: 68
  • Total: 835

Mas o que é um raio?

Segundo o ELAT, os raios são descargas elétricas de grande intensidade que conectam o solo e as nuvens de tempestade na atmosfera. Com uma intensidade média de 30 mil Ampères, mil vezes mais forte que um chuveiro elétrico, essas descargas podem percorrer distâncias de até 5 km.

Formados por múltiplas descargas, os raios têm duração média de meio a um terço de segundo, com cada descarga durando frações de milésimos de segundo.

O raio pode atingir diretamente uma pessoa?

A probabilidade de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio é bastante reduzida, geralmente inferior a 1 em 1 milhão. No entanto, em áreas descampadas durante tempestades intensas, essa probabilidade pode aumentar para cerca de 1 em mil. Segundo o ELAT, não é a ocorrência direta de raios que mais contribui para mortes e lesões. Os riscos associam-se, na maioria das vezes, a efeitos indiretos próximos ou consequências secundárias das descargas atmosféricas. 

O que o raio pode causar?

A corrente de um raio pode causar queimaduras e outros danos ao corpo, sendo que a maioria das mortes resulta em parada cardíaca e respiratória. Sobreviventes frequentemente enfrentam sequelas duradouras, tanto psicológicas quanto físicas. Além disso, os raios provocam incêndios e interrupções nas linhas de energia.

Os raios são exclusivos da Terra?

Curiosamente, raios não são exclusivos da Terra; evidências de sua existência foram observadas em Vênus, Júpiter, Saturno e Urano.

Pesquisas também indicam um aumento visível de incidências em áreas urbanas, correlacionado ao fenômeno de aumento de temperatura e ao aumento da poluição.

É possível o raio atingir o mesmo lugar mais de uma vez?

Segundo o ELAT, é possível sim. Isso ocorre frequentemente em locais com alta incidência de raios. Um exemplo é o Cristo Redentor, cartão-postal da cidade do Rio de Janeiro, que sofre cerca de seis impactos anuais de raios.

Além disso, um raio é formado por mais de uma descarga e algumas delas podem atingir o solo em locais diferentes. Em cerca de 50% dos raios negativos - que trazem cargas negativas da nuvem para o solo -, mais de um ponto é atingido.

Como se proteger de um raio?

Há algumas formas de se proteger de um raio, e o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais oferece orientações sobre isso, confira abaixo:

Refúgios seguros:

  • Carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis;
  • Moradias ou prédios, de preferência que possuam proteção contra raios;
  • Abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis;
  • Grandes construções com estruturas metálicas, ou em barcos ou navios metálicos fechados.

Dentro de casa:

  • Evite usar telefones com fio ou celulares ligados à rede elétrica (utilize telefones sem fio);
  • Mantenha distância de tomadas, canos, janelas e portas metálicas;
  • Evite tocar em equipamentos elétricos conectados à rede elétrica.

Ao ar livre:

  • Evite segurar objetos metálicos longos (como varas de pesca e tripés), empinar pipas e aeromodelos com fio, andar a cavalo;
  • Evite áreas sem proteção adequada, como pequenas construções não protegidas (tais como celeiros, tendas ou barracos);
  • Evite veículos sem capota, tais como tratores, motocicletas ou bicicletas;
  • Evite estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica.

Locais perigosos durante tempestades:

  • Topos de morros ou cordilheiras;
  • Topos de prédios;
  • Áreas abertas, campos de futebol ou golfe;
  • Estacionamentos abertos e quadras de tênis;
  • Proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;
  • Proximidade de árvores isoladas;
  • Estruturas altas, tais como torres, linhas telefônicas e linhas de energia elétrica.

Sinais de alerta:

  • Esteja atento aos sinais, como pelos arrepiados ou coceira na pele, indicativos da proximidade de um raio.
  • Se sentir esses sinais, ajoelhe-se, curve-se para frente, coloque as mãos nos joelhos e a cabeça entre eles, evitando permanecer deitado.
Fonte: Redação Terra
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