Idosa acumuladora morre e mais de 100 cães são resgatados de casa nos EUA
Corpo da proprietária, Eileen Horn, de 73 anos, foi encontrado entre as pilhas de entulho do imóvel
Idosa acumuladora morreu em Nova York, onde 115 cães foram resgatados de condições insalubres; os animais, em estado severo de negligência, recebem tratamento e reabilitação.
Mais de uma centena de cães abandonados e em sofrimento foram encontrados dentro da casa insalubre de uma idosa acumuladora, junto ao cadáver dela, nos Estados Unidos.
Equipes resgataram, na sexta-feira, 27, os 115 animais em uma residência no Brooklyn, em Nova York.
Um total de 115 cães – cinco deles mortos, a maioria mestiços de terrier – foram retirados da casa em Mill Basin, em Nova York, onde as autoridades também encontraram Eileen Horn, de 73 anos, morta entre pilhas de lixo na sexta-feira.
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Os animais foram encaminhados ao atendimento veterinário, relataram socorristas ao jornal The Post.
“Esses cães foram encontrados vivendo em condições verdadeiramente inimagináveis: amontoados em meio a sujeira, severamente negligenciados, muitos cobertos de fezes, urina e pelos embolados de forma dolorosa”, publicou no Facebook o Compassionate Animal Rescue Efforts (CARE) do Condado de Dutchess. "Alguns estavam tão debilitados que mal conseguiam ficar em pé. Entre eles, havia desde filhotes recém-nascidos frágeis até idosos extremamente debilitados".
Segundo o relato do Care, “alguns cães estavam com os pelos tão embolados que mal conseguiam respirar".
"Conforme cortávamos quilos de pelos grudados de fezes, era visível o alívio físico que sentiam. Muitos estavam tão embaraçados que, só depois da tosa, conseguimos identificar seu sexo", disse a instituição. "Esses cães viveram assim por anos presos em sujeira, medo e dor, escondidos atrás de portas fechadas”.
Vizinhos descreveram a casa, localizada na 66th Street com a National Drive, como um "lugar de horrores", onde Horn e sua irmã idosa viviam sem eletricidade.
Uma sala extremamente desorganizada, repleta de entulho e caixas, revelava o cenário de negligência. Um cheiro forte impregnava o ar ao redor da propriedade, segundo relataram moradores próximos.
"Eles estavam muito nervosos, mas acho que estavam muito felizes por estarem longe do cheiro e serem tosados. Muitos deles tinham pelos emaranhados, o que era muito doloroso porque puxava os pelos da pele", disse Katy Hansen, diretora de comunicações do Animal Care Centers of NYC, ao New York Post.
A irmã de Horn estava viva e recebeu atendimento médico quando as autoridades chegaram. Não se sabe por quanto tempo as duas moraram na residência, avaliada em mais de US$ 1,3 milhão (cerca de R$ 7 milhões).
Vários cães precisaram ser sedados para a tosa. "Porque seria muito doloroso de outra forma", explicou Karen Lecain, da CARE do Condado de Dutchess.
Lecain e sua equipe trabalharam até meia-noite de sexta-feira cuidando de 40 cães resgatados. Um deles deu à luz um filhote morto durante o processo. "Acho que foi o estresse", disse Lecain. "Alguns nasceram lá e nunca viram a luz do dia. Vai levar tempo para recuperarem a confiança."
Jennifer Brooks, presidente do NYC Second Chance Rescue, abriga seis dos cães em Long Island.
"Precisamos lavá-los três ou quatro vezes até a água não sair mais amarela. O cheiro é muito ruim e eles estão cobertos de detritos, sujeira e cocô... Mercedes tinha cocô grudado em todo o corpo, levei 45 minutos para cortar tudo do pelo dela", disse Brooks, referindo-se a uma cadela de 5 anos, mestiça de terrier.
Outra resgatada, Barbie, uma mistura de Shih Tzu e Japanese Chin de 4 anos, já apresentava melhora: "Era amarela e agora está quase creme", observou Brooks.
Katy Hansen reforçou a resistência dos animais. "Embora assustados, nenhum foi agressivo. Foram cooperativos, o que é incomum. Esperaria que ficassem tão amedrontados a ponto de surtar, mas não ocorreu."
"Eles poderão se recuperar com um pouco de amor, cuidado e carinho”, complementou Brooks ao New York Post.