Teste: VW Polo 1.6 é bom de guiar, mas exagera em opcionais

Na comparação com a versão manual, o Polo 1.6 automático é um pouco menos econômico e emite mais poluentes na atmosfera (111 g/km contra 104), porém o câmbio lhe dá mais conforto na condução. A diferença de preço é pequena: apenas R$ 2.200 a mais, por conta da transmissão automática.

O Polo 1.6 MSI com câmbio automático de seis marchas estreou na linha 2019. Lançado no início de 2018, o carro é inteiramente novo e ainda pode ser considerado um dos grandes lançamentos do mercado.

Em relação ao antigo Polo, o atual é 16,7 cm mais comprido, 10 cm mais largo e 10 cm maior na distância entre-eixos. Em compensação, é 2,1 cm mais baixo. Essa combinação deixou o carro mais assentado no chão e proporcionou maior espaço interno.

O Polo diferencia-se visualmente do Golf pela coluna C mais fina. De frente pode até ser confundido com um Golf, mas de traseira lembra mais o Gol, devido às lanternas quadradas. 

O que nós gostamos

O motor 1.6 MSI é o mesmo usado na picape Saveiro Cross e no antigo Golf Comfortline (deixou de ser produzido), porém no Polo ele perdeu 3 cv na potência e 3 Nm no torque. Na versão automática, essa perda é mais sentida do que na manual, tanto no desempenho quanto no consumo.

O câmbio automático de seis marchas é do tipo convencional (conversor de torque) e ajuda no conforto para quem roda muito no trânsito pesado ou congestionado.

As abas laterais dos bancos dianteiros garantem bom conforto em viagens longas.

As suspensões são mais moles do que é comum nos carros da Volks e dão ao Polo um rodar macio, bem ao gosto do brasileiro médio. Além disso, o conjunto absorve bem as irregularidades do piso.

O painel tem linhas bem horizontais, com os comandos ligeiramente voltados para o motorista, facilitando o acesso aos comandos e a segurança, pois não exige muitos desvios do olhar.

O que pode melhorar

As rodas são de aço, aro 14, iguais às do Renault Kwid, um carro de entrada. Rodas de liga leve (aro 15) só como opcionais. Elas fazem parte do pacote Interatividade (R$ 3.020), que inclui sensor de estacionamento traseiro e multimídia melhor.

A maciez da suspensão faz com que a carroceria incline um pouco nas curvas mais fechadas. O carro tem uma leve tendência a desgarrar de frente quando entre forte nas curvas, mas, por ser de tração dianteira, basta aliviar um pouco o pé que ele corrige.

O carro é básico na parte de multimídia. Vem com rádio, bluetooth e entrada USB. Para ter a central Composition Touch com App-connect é preciso comprar o pacote Interatividade II (R$ 1.750), quer inclui o sensor de estacionamento traseiro, mas não as rodas de liga leve..

Os controles eletrônicos de estabilidade e tração, bem como o assistente de partida em subida, que antes eram opcionais, passaram a ser de série -- mostra que a Volkswagen precisava ser mais generosa na oferta dos itens de série. Além disso, com airbags laterais, o Polo 1.6 MSI enfim faz jus às cinco estrelas de segurança que eram exclusivas do Polo 200 TSI.

Claro que também sentimos falta da borboleta para trocas de marcha que equipam o Polo topo de linha, mas é o preço a pagar para ter um carro mais acessível. No geral, a lista de equipamentos de série ainda é pobre e isso prejudicou a nota final do carro.

Os números

• Preço: R$ 63.350 
• Motor: 1.6 flex
• Potência máxima: 117 cv a 5.750 rpm (e)
• Torque máximo: 162 Nm a 4.000 rpm (e)
• Câmbio: 6 marchas AT
• Comprimento: 4,057 m
• Largura: 1,751 m
• Altura: 1,468 m
• Entre-eixos: 2,565 m
• Pneus: 185/65 R15
• Peso: 1.103 kg
• Porta-malas: 300 litros
• Tanque: 52 litros
• 0-100 km/h: 10s5
• Velocidade máxima: 188 km/h
• Consumo cidade: 11,0 km/l (g)
• Consumo estrada: 13,8 km/l (g)
• Emissão de CO2: 111 g/km