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Teste: Renault Kwid Outsider é um aventureiro-visual

A versão Outsider do autodenominado “SUV dos compactos” tem design mais próximo do slogan publicitário, mas será que justifica o nome?

13 nov 2019 - 11h30
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O Kwid Outsider é o topo de linha do "SUV dos compactos".
O Kwid Outsider é o topo de linha do "SUV dos compactos".
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Quem quer comprar um carro aventureiro sabe que muitas vezes essa “aventura” se resume aos adereços visuais. Não diríamos que é o caso do Renault Kwid Outsider, mas é quase isso. Em termos técnicos, o carro pouco acrescenta às demais versões do Kwid. Porém, isso não significa que ele não cumpra alguns requisitos dos chamados carros aventureiros.

Para começo de começo de conversa, o Kwid ostenta três itens que nem mesmo alguns SUVs têm: ângulo de entrada de 24 graus, ângulo de saída de 40 graus e vão livre do solo de 180 mm. Esses três itens já foram suficientes para o carro ser homologado como “utilitário-esportivo compacto” no Inmetro. Como comparação, outros dois aventureiros da categoria, o Fiat Mobi Way (R$ 43.490) e o VW Up Xtreme TSI (R$ 56.890) têm 171 mm e 164 mm, respectivamente, de vão livre do solo. Isso também os tira da disputa nos ângulos de entrada e de saída. Além disso, o Kwid Outsider custa R$ 43.990.

O ângulo de saída de 40 graus é um dos destaques do carro.
O ângulo de saída de 40 graus é um dos destaques do carro.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Porém, esses atributos já vêm nas outras versões do Kwid, que são mais baratas. O que ele realmente acrescenta são as barras de teto, proteção do assoalho na frente e atrás, barras de proteção lateral, moldura dos faróis de neblina e rodas em preto brilhante. Além disso, os freios foram melhorados e ganharam discos ventilados, devido ao maior peso do carro. Por dentro, o Renault Kwid Outsider tem novo revestimento dos bancos e detalhes em laranja nas portas, no volante e na alavanca de câmbio. 

RENAULT KWID OUTSIDER 1.0
Item Conceito

Nota

(0 a 5)

Desempenho médio 2
Consumo ótimo 5
Segurança bom 3
Conectividade bom 3
Conforto médio 2
Pacote de Série médio 2
Usabilidade bom 3
Veredicto bom 2.8

O Kwid Outsider também se destaca na conectividade. Ele é o único carro de sua categoria a vir de série com espelhamento do smartphone. Para se ter uma ideia, o Mobi Way não tem sequer rádio, bluetooth ou entrada USB como equipamentos de série. Para se equiparar ao Kwid Outsider, o Mobi Way passaria a custar R$ 45.180. Porém, talvez pudesse ir um pouquinho mais longe com sua versão aventureira. Uma das grandes decepções do Kwid Outsider é a largura de seus pneus: 165 mm contra 175 mm do Mobi Way e 185 mm do Up Xtreme.

Ok, a gente sabe que a proposta do Kwid é ser barato e econômico, mas os pneus muito finos não combinam com uma versão aventureira. O contato da banda de rodagem com o piso é muito menor, portanto ele tem menos aderência. Na prática, o Kwid Outsider é um carro ruim para andar na chuva, por exemplo. Deixemos a lama para os SUVs. Mas em algumas situações de piso molhado o comportamento do Kwid Outsider deixa o motorista bastante inseguro. O jeito é tirar o pé e dirigir como se estivesse “pisando em ovos”.

O Kwid Outsider tem 180 mm de vão livre do solo.
O Kwid Outsider tem 180 mm de vão livre do solo.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Em resumo, o Renault Kwid Outsider é um exemplo do paradigma atual que movimenta a indústria automobilística: muito mais imagem e valor imaginário do que valor de uso. A belíssima chave dobrável do Kwid Outsider, que parece com a de um supercarro esportivo, é só um exemplo. Com certeza, ainda existe muito mercado para isso.

Principais itens de série

Barras de teto, skis frontal e traseiro, moldura do farol de neblina, proteção lateral, retrovisores elétricos, calotas na cor preta, detalhes em laranja no volante, câmbio, portas e bancos. Media Evolution com Android Auto, Apple Carplay e câmera de ré, abertura elétrica do porta-malas, rodas Flexwheel e chave dobrável.  

A conectividade aprimorada é um dos destaques do Kwid Outsider.
A conectividade aprimorada é um dos destaques do Kwid Outsider.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O que nós gostamos

  • A central multimídia é um grande diferencial nessa categoria, pois o Renault Kwid Outsider oferece coisas que alguns carros com o dobro do preço não dispõem.
  • O visual mais aventureiro do Kwid Outsider deixou mais alinhado com a proposta de ser “o SUV dos compactos”.
  • A proposta do carro é ser um SUV urbano, por isso 80% de suas peças foram produzidas exclusivamente para ele. No test-drive, ele encarou bem as irregularidades do piso e salta por lombadas sem se intimidar.
  • O Renault Kwid tem 180 mm de vão livre do solo e minúscula distância entre o eixo das rodas e a extremidade do carro. Os ângulos de entrada (24o) e saída (40o) são bons e superior ao de alguns carros considerados SUVs autênticos.
  • Ar-condicionado, direção elétrica, faróis de neblina e vidros elétricos são de série também são de série.
  • A posição de dirigir elevada (583 mm entre o assento do banco e o solo) agrada quem não gosta de ficar afundado na cabine. A direção elétrica levíssima também agrada. E o volante tem ótima empunhadura.
  • O porta-malas de 290 litros é um ponto favorável deste pequeno carro.
  • Cabe uma bolsa feminina no porta-luvas do Renault Kwid. O tamanho dos porta-objetos das portas e do console central também são bons.
As barras de teto são exclusivas dessa versão aventureira.
As barras de teto são exclusivas dessa versão aventureira.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O que pode melhorar

  • O câmbio do Renault Kwid não é o mais amigável nas trocas de marcha. Não é diferente nesta versão Outsider.
  • O motor 3 cilindros 1.0 do Renault Kwid  não tem gerenciamento inteligente de energia, com os demais da linha SCe da Renault.
  • O Kwid Outsider tem rodas pretas brilhantes, mas essa solução desvalorizou o design. Poderia ser fosca ou trazer algum detalhe em laranja para ser mais atraente.
  • O Kwid é muito estreito e a alavanca de câmbio bate na perna do motorista quando se usa a segunda marcha ou a ré. 

Os números

  • Ano: 2020
  • Preço: R$ 43.990
  • Motor: 1.0 flex
  • Potência máxima: 70 cv a 5.500 rpm (e)
  • Torque máximo: 96 Nm a 4.250 rpm (e)
  • Câmbio: 5 marchas MT
  • Comprimento: 3,680 m
  • Largura: 1,579 m
  • Altura: 1,474 m
  • Entre-eixos: 2,423 m
  • Peso: 806 kg
  • Pneus: 165/70 R14
  • Porta-malas: 290 litros
  • Tanque: 38 litros
  • 0-100 km/h: 14s7
  • Velocidade máxima: 156 km/h
  • Consumo cidade: 14,9 km/l (g)
  • Consumo estrada: 15,6 km/l (g)

Guia do Carro
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