Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

TSE vê 'manobra capciosa' e cassa mandato de Deltan Dallagnol com base na Lei da Ficha Limpa

Ministros decidiram, em votação unânime, que ex-procurador da República tentou 'burlar' regras para inelegibilidade e derrubaram registro de candidatura; ele pode recorrer fora do cargo

17 mai 2023 - 21h04
(atualizado em 17/5/2023 às 00h26)
Compartilhar
Exibir comentários

Deltan ainda pode salvar o mandato? Entenda

Deputado cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral pode recorrer, mas precisa aguardar fora do cargo

  • PT ironiza Deltan Dallagnol por cassação e Moro se diz 'estarrecido'; TSE tem votação relâmpago

    Veja o que parlamentares, aliados e inimigos declarados de Deltan Dallagnol dizem sobre a sua cassação

  • 'Canetada, ao arrepio da lei e da Justiça', reage Deltan após ter mandato cassado pelo TSE

    Deputado se diz indignado com julgamento e fala em 'vingança sem precedentes'

  • De coordenador da Lava Jato a deputado cassado: relembre as polêmicas de Deltan Dallagnol

    Ex-procurador da República tem no currículo uma história de combate à corrupção, mas também punições administrativas e condenações judiciais

  • Ex-deputado ou pastor? Saiba quem pode assumir vaga de Deltan na Câmara

    Tribunal Regional Eleitoral do Paraná vai diplomar suplente

  • O Partido da Mobilização Nacional (PMN), que também pede a inelegibilidade do ex-procurador, o acusa de pedir exoneração 'muito antes do momento exigido pela legislac¸a~o eleitoral' para evitar que os procedimentos administrativos avançassem no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), ou seja, para burlar as regras de inelegbilidade.

    O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná havia rejeitado os pedidos. O Ministério Público Eleitoral também considerou a candidatura do ex-procurador regular.

    O advogado Leandro Rosa, que representa Dallagnol nos processos, argumentou que o ex-procurador teve o 'cuidado' de procurar o CNMP antes de pedir exoneração e defendeu os procedimentos administrativos pendentes na época não poderiam levar à sua demissão.

    Voto do relator

    O ministro Benedito Gonçalves, relator dos processos, disse que a intenção de manobrar a Lei da Ficha Limpa foi 'cristalina' e 'capciosa'. Ele foi acompanhado por todos os colegas.

    "Referida manobra, como se verá, impediu que os 15 procedimentos administrativos em trâmite em CNMP, em seu desfavor, viessem a gerar processos administrativos disciplinares que poderiam ensejar a pena de aposentadoria compulsória ou perda do cargo", afirmou.

    LEIA A ÍNTEGRA DO VOTO

    Um dos argumentos citados no voto é que Dallagnol já havia sido punido com censura e advertência quando pediu exoneração e que essas sanções seriam consideradas 'maus antecedentes' em outros procedimentos administrativos, o que na prática aumentaria a chance de demissão.

    Outro ponto levado em consideração foi a antecedência com que Dallagnol pediu desligamento do MPF. O então procurador deixou a instituição em novembro de 2021, quase um ano antes da eleição. A legislação eleitoral exige uma 'quarentena' de apenas seis meses.

    "O pedido de exoneração teve o propósito claro e específico de burlar a incidência da inelegibilidade", afirmou Gonçalves. "Foram inúmeras as apurações iniciadas com esteio em indicações robustas de práticas irregulares."

    Recursos

    Ao Estadão, o advogado Luiz Gustavo de Andrade, especialista em Direito Eleitoral e membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), afirma que a decisão do TSE tem efeito imediato. Isso significa que o deputado pode tentar reverter o julgamento, mas precisa aguardar os recursos fora do cargo.

    "Como se trata de decisão proferida já em grau de recurso, outros recursos propostos pela defesa de Dallagnol não possuem o efeito de suspender a cassação", explica. "Ainda cabe recurso dentro do TSE e, após, dirigidos ao STF. Mas ele recorre fora do cargo."

    Para o especialista, o julgamento representa um marco na análise de candidaturas de agentes públicos. "Certamente, é um precedente extremamente relevante", avalia.

    Estadão
    Compartilhar
    TAGS
    Publicidade

    Conheça nossos produtos

    Seu Terra












    Publicidade