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Tesoureiro do Vaticano é condenado por abuso de meninos

Crimes sexuais foram cometidos há mais de duas décadas contra garotos de 13 anos na Austrália

26 fev 2019 - 08h21
(atualizado às 09h17)
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O tesoureiro do Vaticano, cardeal George Pell, foi considerado culpado de cinco acusações de abuso sexual cometidas mais de duas décadas atrás contra meninos de 13 anos na Austrália, tornando-se o clérigo católico mais graduado a ser condenado por delitos sexuais contra crianças.

Cardeal George Pell em tribunal em Melbourne, na Austrália
06/10/2017 REUTERS/Mark Dadswell
Cardeal George Pell em tribunal em Melbourne, na Austrália 06/10/2017 REUTERS/Mark Dadswell
Foto: Reuters

O veredicto tornou-se público nesta terça-feira, após a revogação de uma ordem de supressão de 2018 de Pell, depois que um segundo caso de abuso contra o religioso foi descartado pela acusação.

A queda do número 3 do Vaticano leva ao cerne da administração papal um escândalo sobre abusos clericais que abalou a credibilidade da Igreja nos Estados Unidos, Chile, Austrália e outras partes nas últimas três décadas.

Um júri do tribunal do condado de Vitória, em Melbourne, considerou Pell culpado em 11 de dezembro do ano passado após um julgamento de um mês.

Ele foi condenado por cinco acusações de delitos sexuais cometidos contra os meninos de 13 anos do coral 22 anos antes na sacristia da Catedral de São Patrício de Melbourne, onde Pell era arcebispo. Uma das vítimas morreu em 2004.

Cada um dos cinco delitos implica um máximo de 10 anos de prisão. Os advogados de Pell apresentaram uma apelação contra o veredicto com três argumentos - que, se aceita, pode levar a um novo julgamento.

"O cardeal Pell sempre alegou inocência e continua a fazê-lo", disse Paul Galbally, um dos advogados de Pell, diante da corte.

Pell, que continua sob fiança, deixou o tribunal nesta terça-feira sem falar com os repórteres, que o cercaram enquanto ele seguia da escadaria da corte para um carro que o aguardava.

Um sobrevivente de abuso infantil, que se identificou como Michael Advocate, já que a lei australiana veta a divulgação de seu nome verdadeiro, gritou para Pell: "Queime no inferno".

O cardeal deve voltar à corte na quarta-feira para o início da audiência de declaração de sua pena.

O papa Francisco encerrou uma conferência sobre abusos sexuais no domingo, pedindo uma "batalha total" contra um crime que deveria ser "apagado da face da terra".

Em dezembro o Vaticano disse que Francisco havia afastado Pell, de 77 anos, de seu grupo de conselheiros próximos, sem comentar o julgamento.

O Colégio São Patrício, escola de Ballarat, a cerca de 120 quilômetros de Melbourne, que Pell frequentou na infância disse que retirará seu nome de um edifício que foi batizado em sua homenagem.

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