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O próximo desafio das TVs é ficarem 'invisíveis'

Para esta nova década, fabricantes terão a tarefa de fazer as televisões ocuparam menos espaço dentro das casas

5 jan 2020 - 05h11
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Em uma década marcada pela explosão do mercado de smartphones, , alguns apostaram que o futuro seria das telas pequenas. As televisões, entretanto, vem provando que a tela grande ainda mantém sua força: em 2020, a expectativa é de que sejam vendidas 12,5 milhões de TVs, um crescimento acima de 5% em relação a 2019, segundo dados da GfK. O desafio dos fabricantes, porém, para a próxima década é fazer a TV 'desaparecer', mesmo com o apreço dos consumidores por telas gigantes.

Segundo especialistas, os lançamentos de TVs devem caminhar para resolver um problema do setor: as televisões de alta tecnologia são grandes, e ocupam muito espaço dentro da casa. "Existe a tendência de a televisão poder ficar invisível na sala. A LG já anunciou uma TV que, quando não está em uso, pode ser enrolada e guardada em uma caixa, por exemplo", explica Eduardo Pellanda, professor da PUC-RS, em referência à televisão LG Signature R, apresentada na feira de tecnologia Consumer Experience Show (CES) no ano passado, nos Estados Unidos. Para este ano, a fabricante coreana já projeta uma tela que se enrola em direção ao teto, como se fosse um painel de projetor.

Qualidade

Espera-se também que nos próximos anos a qualidade de imagem continue sendo aperfeiçoada - ao ponto de tornar 'invisível' o painel. "As telas terão cada vez mais resolução. As pessoas ainda querem assistir em telas grandes, porque gostam da sensação de imersão: é um fenômeno antropológico", diz Marcelo Zuffo, professor da USP e membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE).

Em 2019, empresas como Samsung, LG, TCL e Sony lançaram no mercado TVs 8K, em que cada tela tem cerca de 33 milhões de pixels, quatro vezes mais que na tecnologia 4K - é como se oito telas Full HD fossem colocadas lado a lado. A tendência não deve parar por aí.

O 16K também já surge no horizonte. "Possivelmente devemos chegar no final da década com o 16K, porque já existem computadores e câmeras que conseguem processar essa resolução", diz Pellanda, da PUC-RS.

Projeção

Olhando mais à frente, há quem aposte que a televisão física talvez deixe de existir em algum momento, para ser substituída por óculos inteligentes, que projetariam imagens na frente do usuário, como uma tela de TV.

Parece um movimento contrário ao do gigantismo das telas, mas é o caminho possível para o movimento de imersão total.

Para Pellanda, essa realidade depende do desenvolvimento desses óculos, que seriam sucessores do Google Glass, dispositivo inteligente criado em 2012 que nunca foi lançado comercialmente. Aqui as dificuldades seriam outras: atingir um alto grau de resolução e superar o estranhamento das pessoas.

"Essa ideia, porém, ainda é exercício de ficção", afirma o professor. O jeito vai ser esperar sentado no sofá, assistindo à televisão convencional.

Estadão
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