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Gicatrica aposta em roupa que cresce junto com a criança

Fundada por geógrafa, marca usa soluções de costura que permitem que roupa seja 'esticada' conforme a idade do dono aumenta; macacão que vira calça e vestido que se transforma em saia podem ser usados dos 2 aos 8 anos

26 fev 2020 - 05h10
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Quem tem filho, sabe: muitas vezes a criança cresce antes mesmo de conseguir usar todas as roupas compradas para um determinado tamanho. Mas uma empresa está de olho em resolver esse problema. Fundada pela geógrafa Giseli Fernandes, a Gicatrica desenvolve peças de roupas que podem ser modificadas ao longo do tempo, para acompanhar o crescimento da criança. Para isso, as roupas trazem adaptações em alças e mangas, em uma solução que não dão trabalho para o usuário.

Formada em Geografia, Giseli abandonou a profissão de consultora ambiental quando percebeu que a filha Carina perdia muitas peças por causa do tamanho. Para criar a Gicatrica, a empresária buscou cursos de moda para entender a modelagem das roupas infantis e assim desenvolver técnicas que permitissem o reaproveitamento dessas peças. A empresa foi acelerada pela B2Mamy, aceleradora com foco em negócios criados por mães. "Eu poderia fazer uma barra que se soltasse, mas isso poderia dar trabalho. Eu queria que, em um simples mecanismo, fosse possível adaptar e continuar usando a roupa".

Um dos vestidos da marca, por exemplo, tem alças ajustáveis nas costas, que podem ser soltas e amarradas conforme o comprimento desejado. O modelo custa R$ 100 no site da empresa. Um modelo de macacão, comercializado a R$ 130, pode se transformar em uma calça ao longo do tempo - para isso, basta apenas esconder as alças. Tecidos de elastano e faixas de elástico também garantem a adaptação na largura das roupas, contemplando a faixa etária de 2 a 8 anos.

Para isso, algumas características precisam ser revistas no processo de desenvolvimento da peça. "A camiseta, por exemplo, é mais longa e tem uma cava especial. Quando a criança cresce, a roupa não pode apertar debaixo do braço. Para isso funcionar, há um trabalho específico tanto no comprimento da peça como na abertura da cava ou nas alças", explica Giseli.

Mesmo não se caracterizando como uma startup, o negócio foi acelerado pela B2Mamy. O caráter inovador foi fundamental para ser aceita pela aceleradora e fez a diferença na loja de Giseli, que, além da venda online, marca presença em cinco lojas multimarcas, nas cidades de Campinas, Santos, São Paulo e Recife. "Na B2Mamy eu recebi cursos para começar a trabalhar a marca em um outro patamar. Eu crio e desenvolvo a coleção", explica a fundadora da marca, que usa uma coletivo de costureiras de Campinas para confeccionar as roupas.

Olhando para o futuro, o objetivo é fazer o negócio crescer sem perder as características de confecção artesanal e sustentável em relação às grandes marcas de departamento. Em busca de um sócio, Giseli planeja em entrar em uma rodada de investimento após o lançamento de sua quarta coleção, prevista para este semestre. "O negócio precisa de braços. O próximo desafio é conseguir atingir escala sem perder a essência da marca. As oportunidades de negócio no mercado infantil estão em aproveitar esses nichos que existem. Com a internet, esse cliente consegue encontrar mais o que ele gostaria de ver no mercado".

Estadão
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