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De olho em entregadores, startup de aluguel de motos Mottu recebe aporte de US$ 2 mi

Empresa aluga motos para que trabalhadores com crédito baixo no mercado trabalhem em entregas na Grande São Paulo

7 ago 2020 - 05h10
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A Mottu, startup de aluguel de motocicletas para trabalhadores de delivery, anunciou a captação de um aporte de US$ 2 milhões, liderado pela Caravela Capital e com participação de Elie Horn, fundador da Cyrella, José Galló, ex-presidente da Renner e da Fundação Estudar Alumni Partners.

Com pouco tempo de funcionamento — a Mottu começou sua operação em fevereiro deste ano — a startup pensa em utilizar o aporte para se estabelecer no mercado e trabalhar com segurança nos próximos meses, enquanto desenvolve seu serviço aos usuários.

"Estamos em uma fase de provar o modelo de negócio. Tem muito aprendizado no que a gente está fazendo. Estamos aprendendo a como criar uma relação de longo prazo com pessoas que têm baixo score de crédito. O dinheiro proporciona que a gente possa baixar a cabeça e trabalhar", afirma Rubens Zanelatto, fundador da Mottu, em entrevista ao Estadão.

Prestando serviço para a área de delivery, a Mottu aluga motocicletas para trabalhadores que querem atuar na entrega por aplicativo, mas que não possuem seus próprios veículos. Além disso, a startup trabalha com uma linha de aprovação para quem tem baixo crédito na praça. Segundo Zanelatto, a Mottu não quer apenas alugar motos, mas agir na geração de renda direta de trabalhadores da chamada 'gig economy' (economia de "bicos", em tradução literal)

"O maior desafio do motoboy é que ele está sozinho. Ele mora longe dos grandes centros, enfrenta trânsito, sol, chuva e um monte de perrengue. Se acontece um problema, ele se vê sozinho para resolver. Quando a gente compra uma moto, aluga pra ele, gera uma demanda, a gente faz as pessoas ganharem mais dinheiro, e esse é o nosso propósito", explica.

Para alugar uma moto, o usuário deve preencher um cadastro no aplicativo e aguardar a aprovação dos documentos, como carteira de motorista. A Mottu pede um depósito inicial — como um cheque caução — no valor de R$ 250 e cobra diárias de R$ 35. Por enquanto, a startup cobre apenas a Grande São Paulo.

De acordo com Zanelatto, já são 300 motos operando na startup — todas alugadas — chegando em até 2 mil veículos até o final do ano. Na plataforma, mais de 15 mil pessoas já demonstraram interesse no aluguel de motos.

"A maior inovação da Mottu não é tecnológica, é entregar um ativo de R$ 8 mil na mão de uma pessoa que não tem crédito nenhum. O nosso público é a pessoa que está desempregada, então a gente enxerga que a barreira para trazer ele para cá precisa ser muito baixa", explica Zanelatto.

Para Lucas de Lima, cofundador da Caravela Capital, a visão para um mercado novo de serviços para entregadores e o grande potencial de crescimento foram fundamentais para a aporta na startup durante a pandemia de coronavírus.

"A gente viu muito potencial na startup, no momento dela e no que ela está solucionando. Acho que a questão de dar acesso e criar oportunidades para o mercado brasileiro que não são por meios tradicionais chamou a atenção. Quando a gente conseguiu encaixar esse modelo de negócio, a gente viu um potencial muito grande para a startup crescer. Para a gente, era um investimento que fazia muito sentido", afirmou Lima.

*É estagiária sob supervisão do repórter Bruno Romani

Estadão
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