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Assegurando o futuro do 5G: Quais são os problemas?

24 abr 2019 - 15h40
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O plano do Reino Unido de permitir que a gigante chinesa de telecomunicações Huawei tenha um papel restrito em suas redes móveis de próxima geração é parte de um acalorado debate internacional sobre os riscos de segurança que a chamada tecnologia 5G apresenta.

O Reino Unido planeja permitir o acesso da Huawei a partes não centrais de suas redes de quinta geração, ou 5G, em uma base restrita e bloqueá-la de todas as chamadas partes centrais, disseram fontes à Reuters.

A decisão foi tomada em meio a pedidos do Reino Unido para que países impeçam a presença da Huawei em redes 5G, por causa de preocupações de que seu equipamento possa ser usado por Pequim para espionagem ou sabotagem.

O 5G promete conexões de alta velocidade que, segundo os evangelistas tecnológicos, transformarão a maneira como vivemos nossas vidas, possibilitando serviços desde carros autônomos até cirurgias remotas e fábricas totalmente automatizadas.

Mas isso aumenta drasticamente o risco à segurança, dizem autoridades norte-americanas, devido ao papel cada vez mais central que as telecomunicações desempenharão em nossas vidas e ao esperado aumento dramático de dispositivos conectados na internet.

À medida que o 5G é incorporado em tudo, desde hospitais a sistemas de transporte e usinas de energia, a tecnologia rapidamente se tornará parte da infraestrutura nacional crítica de cada país.

Isso faz com que as consequências de uma falha nas redes ou de ato de sabotagem sejam significativamente mais sérias.

"O 5G vai realmente começar a tocar em todas as partes de nossas vidas, porque será a infraestrutura subjacente para muitos dos serviços críticos que são fornecidos ao público", disse Robert Strayer, o principal diplomata de política cibernética do Departamento de Estado dos EUA.

MAIS CONEXÕES

Com velocidades de dados muito mais rápidas, os especialistas prevêem que haverá bilhões de dispositivos conectados.

Estes aparelhos incluirão as tradicionais conexões móveis e de banda larga, mas também dispositivos habilitados para internet, desde máquinas de lavar louça até equipamentos médicos avançados. A indústria prevê que o número de dispositivos habilitados para internet triplicará para 25 bilhões até 2025.

Quanto maior a rede, mais oportunidades existem para os hackers atacarem, o que significa que há um sistema cada vez mais complexo com mais partes que precisam ser protegidas.

Uma das maiores mudanças entre o 4G e o 5G é a capacidade de levar o poder de computação avançado geralmente mantido no "núcleo" protegido de uma rede e distribuí-lo para outras partes do sistema. Isso fornecerá conexões de alta velocidade mais confiáveis.

Mas também significa que os engenheiros não poderão mais delimitar claramente as partes mais sensíveis do sistema, dizem autoridades dos EUA. Alguns legisladores britânicos concordam.

"Permitir à Huawei entrar na infraestrutura 5G do Reino Unido faria com que os aliados duvidassem de nossa capacidade de manter os dados seguros e iria corroer a confiança essencial para a cooperação dos Five Eyes", disse Tom Tugendhat, presidente do Comitê Britânico de Relações Exteriores.

A aliança Five Eyes é um grupo de compartilhamento de inteligência que compreende Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia.

"A definição de central e não central é muito difícil de se estabelecer com o 5G", acrescentou.

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