Há um ano, o seqüestro de um ônibus no Rio de Janeiro levantou polêmica quanto a violência na cidade e a capacidade da polícia para lidar com ela. Um jovem, que havia sobrevido a chacina da Candelária, seqüestrou um ônibus tomando os passageiros como refés. Durante horas de negociação os policiais não conseguiram dissuadir Sandro do Nascimento a se entregar. Como se não bastasse tal demonstração de ineficiência uma das reféns acabou sendo morta por tiros da polícia quando o seqüestrador iria finalmente se render.
A confirmação de que um PM sem autorização atirou contra o seqüestrador do ônibus da linha 174 e de que o bandido foi morto asfixiado dentro do camburão da polícia elucidaram algumas dúvidas sobre a ação desastrosa da Polícia Militar (PM) carioca e determinaram a demissão do comandante da PM e a prisão de cinco policiais suspeitos de terem assassinado o assaltante Sandro do Nascimento.
As investigações confirmaram que a refém Geisa Firmo Gonçalves, 20 anos, foi atingida por quatro disparos: um efetuado pelo PM de 27 anos - que está afastado das operações. Em uma declaração dada depois do fato o governador do Rio, Antony Garotinho, declarou "a atuação da PM foi desastrosa".
Imagens feitas no final do seqüestro mostraram que Sandro não apresentava ferimentos aparentes quando foi levado preso pelos PMs. O laudo do IML, além de apontar morte por asfixia, determinou que o bandido não foi atingido por nenhum disparo. Os policiais ainda não foram julgados.
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