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Assaltante disparou tiro e refém fingiu estar morta
A mesma refém que fingiu estar morta, escreve recado para policiais / Ag. Estado

Segunda, 12 de junho de 2000, 21h18min
Atualizado às 22h20min
A estudante Janaína Lopes, de 23 anos, ficou cerca de duas horas sob a mira da arma do bandido e simulou tê-la matado para pressionar os policiais.

Aparentemente controlada durante as quatro horas de terror, Janaína pensou que não sairia viva do ônibus. "Depois ele colocou a arma dentro da minha boca, dizendo que ia disparar a qualquer momento, pensei realmente que fosse morrer."

Janaína teve de andar de um lado para outro do veículo, coberta por um lençol, sempre agarrada pelo bandido. "Foi um pesadelo; vi várias pessoas passando mal, em especial duas senhoras."

Namorados - A estudante Luana Guimarães Belmonte, de 19 anos, que cursa o quinto período do curso de Comunicação Social na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), na Gávea, voltava da faculdade para casa, em Alcântara, no Grande Rio.

"Ele mudava de opinião a toda hora, ora dizia que queria sair do ônibus, ora que iria ficar", contou. "Num momento, eu lhe perguntei: 'você sabe que dia é hoje?'", disse Luana.

"Ele respondeu que era o dia dos namorados e que iria matar uma namorada naquele ônibus. Eu falei que não seria eu, porque não tenho namorado."

A estudante afirmou que se acalmou quando percebeu que podia dialogar com o bandido. "Às vezes, ele era quase gentil." O clima mais tenso, para ela, foi o do início. "Não sabia quando ele estava encenando e quando estava falando sério; isso me deixou nervosa e chorei, gritei muito."

De acordo com a estudante, o assaltante disse ter perdido a mãe, o pai e a irmã, de sete anos. "A garota teria sido degolada", disse Luana.

O bandido - que teria 22 anos e estava com os olhos vermelhos, segundo Luana - afirmou ter muitos inimigos e ainda que precisava ficar numa cela sozinho, caso fosse preso, senão seria assassinado.

Na hora da libertação dos reféns, ele disse que daria um "passeio" com Geisa, morta a tiros. Foi Luana quem abriu a porta para o bandido sair.

O namorado de Luana, Marcelo Oliveira, de 19 anos, que é estudante da Universidade Federal Fluminense, acompanhou o caso em frente ao ônibus. "Minha vontade era entrar no ônibus e bater nele, como todo mundo", disse Oliveira. "A morte dele foi muito rápida, devia ter sido lenta, dolorosa."


"Não é filme, dizia o seqüestrador" - Por mais de uma hora, o seqüestrador, identificado como Sérgio, manteve a refém Janaína Lopes, de 23 anos, com a cabeça na mira de sua pistola, presa junto a ele por uma gravata e, às vezes, puxando-a pelo cabelo.

"Não é um filme", gritava ele pela janela, dizendo que "arrancaria a cabeça" da refém se necessário.

Lopes escreveu uma frase com batom na janela do ônibus, depois de cerca de uma hora e meia de sequestro, com os dizeres: "Ele tem pacto com o diabo, e mostrou no braço dele um punhal e um diabo desenhado, que me assustou muito."

A jovem, que ficou boa parte do tempo com o sequestrador e foi jogada no chão em uma simulação de assassinato, saiu ilesa do incidente.

Leia mais:
Entenda como foi o seqüestro

Redação Terra/Reuters

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