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Secretário de Trabalho dos EUA renuncia por ligação com Epstein

12 jul 2019 - 19h13
(atualizado em 13/7/2019 às 12h07)
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Alex Acosta foi criticado por fechar acordo judicial generoso há uma década com empresário acusado de abuso de menores, que voltou a ser preso. O secretário de Trabalho dos Estados Unidos, Alex Acosta, anunciou nesta sexta-feira (12/07) sua renúncia pela atuação no caso do empresário acusado de tráfico sexual, Jeffrey Epstein, quando era promotor federal do distrito sul da Flórida.

Ao falar da saída, Trump destacou "ótimo desempenho" de Acosta à frente do Departamento do Trabalho
Ao falar da saída, Trump destacou "ótimo desempenho" de Acosta à frente do Departamento do Trabalho
Foto: DW / Deutsche Welle

Em pronunciamento não anunciado na Casa Branca junto ao presidente Donald Trump, Acosta disse que telefonou para o presidente nesta manhã após considerar que "o correto era ficar de fora [do governo]".

Por sua vez, o presidente destacou que Acosta foi "um grande secretário" e elogiou o "ótimo desempenho" à frente do Departamento do Trabalho. "Foi uma decisão sua, não minha", acrescentou Trump.

A renúncia veio dois dias depois de Acosta defender em entrevista coletiva sua atuação como promotor há uma década, quando fechou um controverso acordo judicial com Epstein. O empresário é amigo de várias figuras poderosas, como o presidente americano, Donald Trump, e o ex-presidente democrata Bill Clinton, e foi acusado novamente na segunda-feira de abuso sexual de dezenas de jovens menores de idade.

O multimilionário, detido no início de mês, já enfrentou acusações similares na Flórida, mas em 2008 fez um acordo extraoficial com a Promotoria, comandada então por Acosta, para encerrar a investigação, que poderia render uma pena de prisão perpétua.

O acordo pactuado na época contemplava que o empresário nova-iorquino cumprisse uma condenação de 18 meses de prisão e passasse a fazer parte de um registro de criminosos sexuais. Acosta disse que os procuradores concordaram com o acordo, em vez de levar Epstein a julgamento por acusações mais sérias, porque isso seria uma "jogada de risco".

"O objetivo aqui foi direto", disse. "Colocar Epstein atrás das grades, garantir que ele se registrasse como agressor sexual, fornecer às vítimas os meios para buscar a reparação e proteger o público, notificando-o de que um predador sexual estava em seu meio".

Apesar desta sentença, a Promotoria de Nova York voltou a acusar Epstein, sem cair em um duplo processo, graças às novas provas e testemunhos obtidos nos últimos anos. Desta vez enfrenta até 45 anos de prisão por essas acusações que remontam à mesma época das denúncias anteriores. De acordo com os promotores, Epstein explorou sexualmente dezenas de garotas adolescentes menores de idade em suas casas em Manhattan e Palm Beach, Flórida, entre 2002 e 2005. Algumas tinham apenas 14 anos.

Acosta, único latino no gabinete presidencial de Trump, assumiu o cargo de secretário de Trabalho em abril de 2017.

JPS/afp/efe

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