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Quais são os principais grupos militantes do conflito na Caxemira

7 mai 2025 - 14h55
(atualizado às 15h56)
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Região disputada pelo Índia e o Paquistão vive escalada de tensão após ataque terrorista que matou 26 civis. Grupos têm em comum o objetivo de erodir o controle da região sob administração indiana.Em 22 de abril de 2025, a região de Jammu e Caxemira, administrada pela Índia, presenciou seu atentado mais fatal em duas décadas: atiradores dispararam contra turistas na cidade de Pahalgam,matando 26 civis. The Resistance Front (TRF), um grupo pouco conhecido, reivindicou o ato.

Atentado de 22 de abril de 2025 em Pahalgam acirrou as medidas de segurança na Caxemira
Atentado de 22 de abril de 2025 em Pahalgam acirrou as medidas de segurança na Caxemira
Foto: DW / Deutsche Welle

Nos dias seguintes, a Índia suspendeu um tratado de compartilhamento d'água com o Paquistão, vigente há décadas, anunciou o fechamento de uma fronteira importante, retirou os vistos dos cidadãos paquistaneses e acusou Islamabad de facilitar o terrorismo transfronteiriço.

Negando qualquer envolvimento, as autoridades paquistanesas retaliaram cancelando os vistos para indianos e fechando seu espaço aéreo para o país vizinho. Desde então, o conflito tem escalado continuamente.

Com uma área de aproximadamente 222 mil quilômetros quadrados, a Caxemira é dividida entre a Índia, o Paquistão e a China, mas é totalmente reivindicada pela Índia e pelo Paquistão, o que alimenta mais de sete décadas de conflito.

O ataque também atraiu a atenção para a rede de grupos militantes ativos na Caxemira. Embora muitos deles estejam oficialmente banidos do Paquistão, autoridades indianas afirmam que continuam a funcionar com apoio do serviço secreto militar paquistanês, operando livremente através da fronteira.

Alguns grupos mudaram de nome, outros se fragmentaram, mas, no geral, seus objetivos seguem alinhados: erodir o controle das áreas da Caxemira sob administração indiana e, em diversos casos, anexá-las ao Paquistão. Vários desses grupos já lutaram ao lado do Talibã e da Al Qaeda, e apresentam sua causa como parte de um jihad (guerra santa) global.

O panorama militante da Caxemira é fluido, com as facções trocando frequentemente de alianças e partilhando guerrilheiros, o que torna a insurgência difícil de detectar, conter ou eliminar.

Uma panorâmica dos principais grupos rebeldes atualmente ativos em Jammu e Caxemira:

The Resistance Front (TRF)

O The Resistance Front (TRF) emergiu em 2019 em resposta à revogação do artigo 370 da Constituição da Índia, o que privou Jammu e Caxemira de seu status especial que lhe concedia alguma autonomia. O TRF usa o nome alternativo "Resistência de Caxemira" nas redes sociais e fóruns online, onde teria assumido a responsabilidade pelo recente ataque em Pahalgam.

O grupo se apresenta como movimento secular, distanciando-se da retórica mais abertamente fundamentalista islâmica. As autoridades indianas, porém, asseguram tratar-se de um ramo do Lashkar-e-Taiba (LeT), utilizando suas redes e recursos logísticos, e o classificam como organização terrorista.

Lashkar-e-Taiba (LeT)

Fundado em 1990, o Lashkar-e-Taiba ("Exército dos Justos" ou "dos Puros") é um dos grupos islamistas mais notórios da região. Classificado como organização terrorista pelo Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e a Organização das Nações Unidas, entre outros, seu objetivo primário é dar fim à administração indiana de Jammu e Caxemira.

Apesar de banido por Islamabad em 2002, o LeT continua ativo e sediado no Paquistão. O país tem sido acusado de não se empenhar o suficiente para coibir suas atividades, apesar da proibição. Nova Déli o acusou por diversas vezes de executar ataques armados proeminentes, não só na Caxemira como em toda a Índia.

Embora, como é sua prática, o grupo não tenha reivindicado esse atentado, vários membros seus foram condenados pela investida contra o Forte Vermelho, um dos monumentos mais famosos da Índia, deixando três vítimas em 2000. Integrantes do LeT estiveram também implicados nos atentados de 2008 a Mumbai, resultando em mais de 160 mortes e paralisando a capital financeira por três dias.

Ao contrário de outras facções salafistas-jihadistas do Paquistão, o LeT condena publicamente a violência sectarista contra outros grupos muçulmanos e proíbe seus militantes de atacarem o governo paquistanês.

Hizbul Mujahideen (HM)

Fundado em 1989, o Hizbul Mujahideen (HM) já foi a milícia mais destacada da Caxemira. Por muito tempo associado aos fundamentalistas do movimento paquistanês Jamaat-e-Islami, nos últimos anos sua influência se diluiu, sobretudo após as mortes de seus principais comandantes, entre os quais Burhan Wani, em 2016, e seu sucessor, Sabzar Ahmed Bhat, no ano seguinte.

Jaish-e-Mohammed (JeM)

Outro protagonista do conflito indiano-paquistanês é o radical sunita paquistanês Jaish-e-Mohammed, criado em 2000 pelo clérigo islamista Masood Azhar, depois de ele ser libertado da prisão na Índia, em troca dos 155 reféns a bordo de um avião sequestrado da Indian Airlines.

Apesar de proibido no Paquistão em 2002, o JeM segue operando abertamente em partes do país, assim como na Índia e na Caxemira sob administração indiana. Sua atual meta é anexar a Caxemira ao Paquistão.

O JeM executou diversos atentados de alta projeção, entre os quais o ataque suicida a bomba contra o prédio da assembleia estadual legislativa de Jammu e Caxemira, em 2001, com um saldo de 30 mortos; e, em 2019, a investida de um carro-bomba contra um comboio em Pulwama, matando pelo menos 40 paramilitares indianos.

As Nações Unidas, EUA, Reino Unido, Canadá e vários outros países classificam o Jaish-e-Mohammed como organização terrorista. Ele mantém conexões operacionais com o LeT, Talibã e Al Qaeda, com guerrilheiros do Paquistão e Caxemira, além de veteranos afegãos e árabes da guerra entre o Afeganistão e a União Soviética (1979-1989).

Al Badr (Jammu e Caxemira)

Formado no começo da década de 90 como dissidência do Hizbul Mujahideen, o Al Badr ("Lua Cheia") é notório por seus guerrilheiros com experiência de combate, muitos dos quais lutaram ao lado do chefe miliciano Gulbuddin Hekmatyar's Hizb-i-Islami no Afeganistão.

O grupo mantém laços com redes jihadistas internacionais. Consta que se confrontou com as forças da Índia ao longo da Linha de Controle, a fronteira de fato entre as tropas indianas e paquistanesas em Jammu e Caxemira e Ladakh - porém é difícil verificar tais relatos.

Ansar Ghazwat-ul-Hind (AGH)

Estabelecido em 2017, o Ansar Ghazwat-ul-Hind (AGH) representa a presença da Al Qaeda no conflito da Caxemira. Reconhecido oficialmente como um braço da Al Qaeda no Subcontinente Indiano (AQIS), ele se comprometeu ideologicamente a estabelecer naquela região um Estado islâmico sob a lei da xaria.

Seu fundador, Zakir Musa, ex-comandante do Hizbul Mujahideen, se separou devido a diferenças ideológicas. Desde então o AGH se posiciona como grupo jihadista purista, rejeitando metas nacionalistas em favor de objetivos fundamentalistas islâmicos globais.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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