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Presidente eleito da Colômbia enfrentará desafios com paz e economia em país dividido

18 jun 2018 - 10h53
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O presidente eleito da Colômbia, Iván Duque, prometeu unir um país dividido com seus planos de endurecer um acordo de paz com a guerrilha Farc e retomar o crescimento econômico, mas enfrentará grandes desafios quando tomar posse em agosto.

Presidente eleito da Colômbia, Iván Duque 17/06/2018 REUTERS/Nacho Doce
Presidente eleito da Colômbia, Iván Duque 17/06/2018 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

O ex-senador de direita venceu com tranquilidade o segundo turno da eleição presidencial, no domingo, ao receber 54 por cento dos votos, mais que os 42 por cento que seu rival de esquerda Gustavo Petro obteve prometendo reformular o modelo econômico da Colômbia e combater a desigualdade.

A reação do mercado à vitória de Duque deve ser morna, já que ele tinha uma grande vantagem nas pesquisas antes da votação e grande parte dos investidores apoia suas diretrizes econômicas pró-empresariado.

Essa foi a primeira eleição presidencial desde o acordo de paz firmado em 2016 com as antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que encerraram seu envolvimento em um conflito de cinco décadas que matou mais de 220 mil pessoas e deslocou milhões.

Em seu discurso da vitória, Duque, de 41 anos, prometeu unir o país andino polarizado e enfrentar a corrupção, melhorar a segurança e aumentar as oportunidades de ensino.

"A paz é algo por que todos os colombianos anseiam, e paz significa que viramos a página nas fissuras que nos dividiram", disse Duque a uma plateia empolgada durante sua festa de comemoração em Bogotá sob uma chuva de confete.

Duque, protegido do ex-presidente linha-dura Álvaro Uribe, ficou conhecido no Congresso por protestar contra o acordo de paz, que ele acredita ser brando demais com os ex-líderes rebeldes.

Adotando um tom conciliador no domingo, ele prometeu levar adiante o desarmamento e a absorção dos rebeldes comuns à sociedade.

Sua meta de reformular o acordo para impor punições mais duras a líderes das Farc devido a crimes de guerra enfrentará uma oposição considerável do Tribunal Constitucional e do Congresso, onde a maioria dos partidos é favorável à manutenção do acordo existente.

"Ele terá mais dificuldade para aprovar reformas no acordo de paz do que deseja que seus apoiadores acreditem", disse Sergio Guzman, principal analista do Control Risks para a Colômbia, dando ênfase ao Tribunal Constitucional, que já determinou que o pacto não pode ser alterado.

Duque precisa incluir políticos de partidos de centro em seu gabinete se quiser unir o país, opinou Guzman. Ele deve revelar os nomes de alguns de seus ministros já nesta semana.

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