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Presidente do BC vê impacto da tragédia no RS na inflação

Roberto Campos Neto avalia que o "efeito Rio Grande do Sul" terá repercussões nos preços dos alimentos

24 mai 2024 - 18h03
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta sexta-feira (24) que os analistas financeiros que projetam uma inflação mais baixa para este ano estão considerando uma evolução "mais comportada" nos preços dos alimentos. No entanto, ele ressalta que o cenário pode ser alterado devido à tragédia recente que atingiu o Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção de arroz no Brasil.

Roberto Campos Neto
Roberto Campos Neto
Foto: Lula Marques/Agência Brasil / Perfil Brasil

Campos Neto avalia que o "efeito Rio Grande do Sul" terá repercussões nos preços dos alimentos. Durante um evento promovido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), ele observou que, mesmo com a safra de arroz já colhida, a situação no estado tem potencial para elevar a inflação de 2024 além das expectativas anteriores. Atualmente, o mercado financeiro projeta um aumento de 3,8% no IPCA para este ano.

"Conversando com os economistas, temos previsões entre 2% e 4%. Se você começa a pensar que, por causa do Rio Grande do Sul, o preço dos alimentos vai ser um pouco mais alto, você tem um número que pode ser um pouco maior."

A avaliação leva em consideração a relevância dos alimentos no cálculo da inflação oficial. O grupo de alimentação e bebidas representa 21,5% do peso no cálculo do IPCA realizado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Preocupações com as projeções de inflação

Campos Neto expressa preocupação com a evolução das projeções para o IPCA em 2025 e 2026, classificando como "bastante ruins" as expectativas para esses anos. Ele destaca as oscilações nas previsões e a influência dos Estados Unidos como fatores determinantes para as expectativas monetárias.

O presidente do BC ressalta a complexidade do cenário atual, mencionando a dificuldade na coordenação das políticas fiscal e monetária na saída da pandemia, e destaca a elevação dos preços como o principal risco para a economia global, sem previsão de queda nos preços dos alimentos a curto prazo.

Perfil Brasil
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