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Platini revela manipulação na Copa de 98

18 mai 2018 - 12h24
(atualizado às 16h34)
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Ex-presidente da Uefa menciona "pequeno truque" para evitar um duelo entre Brasil e França antes da grande final. Dois dias antes do sorteio do Mundial, a Fifa fixou seleções em grupos pré-determinados.Atualmente suspenso do futebol por má conduta financeira, o ex-presidente da Uefa Michel Platini revelou nesta sexta-feira (18/05) que o Comitê Organizador da Copa do Mundo de 1998 executou "um pequeno truque" para evitar que a anfitriã França e o Brasil se enfrentassem antes da final.

Foto: DW / Deutsche Welle

"Quando organizamos a tabela, fizemos um pequeno truque", disse o ex-jogador francês, em entrevista à rádio France Bleu Sport. "Uma final entre França e Brasil era o sonho de todo o mundo", completou o cartola, na época copresidente do comitê organizador francês do Mundial.

"Jogávamos em casa e era preciso aproveitar isso. Não passamos seis anos organizando a Copa do Mundo para não cometer pequenas travessuras, não é? Você acha mesmo que os outros não fizeram coisas parecidas em outras Copas?", confessou Platini, rindo.

Em princípio, as duas seleções deveriam cair em grupos aleatórios, mas o comitê organizador fez com que França e Brasil - anfitriã e atual campeão, ambos cabeças de chave - tivessem seus grupos pré-determinados e, consequentemente, uma trajetória na qual só se encontrariam na final, caso terminassem como líderes de seus grupos.

Dois dias antes do sorteio dos grupos da Copa do Mundo, a Fifa anunciou que o Brasil seria cabeça de chave do Grupo A, e a França, do Grupo C. Ou seja, caso as duas seleções vencessem seus grupos, elas cairiam em lados opostos no chaveamento da fase mata-mata - como de fato ocorreu. Os outros cabeça de chave - Alemanha, Itália, Espanha, Argentina, Romênia e Holanda - foram colocados em seus respectivos grupos através de sorteio.

Brasil e França cumpriram com o roteiro traçado pelos organizadores e venceram seus grupos. A seleção brasileira somou seis pontos com vitórias contra Escócia (2x1) e Marrocos (3x0) e a derrota contra a Noruega (2x1), enquanto os franceses atropelaram com 100% de aproveitamento: 3 a 0 na África do Sul, 4 a 0 na Arábia Saudita (treinada por Carlos Alberto Parreira) e 2 a 1 na Dinamarca.

O encontro decisivo ocorreu em 12 de julho, no Estádio de Saint-Denis, onde a França conquistou o título mundial ao vencer o Brasil por 3 a 0, com dois gols de Zinédine Zidane e um de Emmanuel Petit.

A final foi rodeada de polêmica - antes da partida, Ronaldo sofreu uma convulsão, foi parar no hospital e chegou a ser cortado do jogo. No entanto, acabou entrando em campo, e uma seleção apática não foi páreo para a Équipe Tricolore.

Em 2015, Platini e o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter foram considerados culpados por violações do código de ética da entidade em relação a pagamentos de 2 milhões de francos suíços. Platini recebeu uma suspensão de oito anos de todas as atividades relacionadas ao futebol - pena posteriormente reduzida para quatro anos.

Em janeiro, Platini levou o caso à Corte Europeia de Direitos Humanos. O ex-jogador de 62 anos afirma ser inocente das acusações de má conduta financeira e recebimento de propina.

PV/efe/afp/ots

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