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Países europeus apoiam em peso Guaidó na Venezuela

4 fev 2019 - 20h35
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Vários governos, incluindo os de França, Reino Unido e Alemanha, anunciam reconhecimento do líder da Assembleia como presidente encarregado venezuelano. Rússia denuncia interferência em assuntos internos.Vários países europeus, entre eles França, Espanha, Alemanha e Reino Unido, anunciaram nesta segunda-feira (04/02) que reconhecem o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente interino do país, encarregado de convocar novas eleições.

Europeus esperam que Guaidó convoque eleições na Venezuela
Europeus esperam que Guaidó convoque eleições na Venezuela
Foto: DW / Deutsche Welle

"Consideramos que o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, cuja legitimidade está perfeitamente reconhecida, está habilitado para convocar eleições presidenciais", indicou o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, em entrevista à emissora France Inter.

"Nicolás Maduro não organizou eleições presidenciais no prazo de oito dias que nós fixámos. Por isso, o Reino Unido e os seus aliados reconhecem a partir de agora @jguaido como presidente constitucional interino até que possam ser organizadas eleições credíveis", escreveu o ministro do Exterior britânico, Jeremy Hunt, no Twitter.

Holanda, Portugal, Finlândia, Dinamarca, Suécia, Áustria e Bélgica, além dos Estados bálticos Letônia e Lituânia, também declararam apoio a Guaidó. O reconhecimento é uma articulação diplomática independente dos países, uma vez que não foi alcançado um consenso no âmbito da União Europeia para uma resposta conjunta à crise venezuelana.

O governo em Estocolmo pediu uma solução política e pacífica para a crise no país. "Nesta situação, apoiamos e consideramos Guaidó como o presidente interino legítimo", disse a ministra do Exterior, Margot Wallström, à televisão pública SVT.

O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que reconhece oficialmente Guaidó como presidente encarregado da Venezuela e disse que pretende promover, dentro da União Europeia e das Nações Unidas, um plano de ajuda humanitária para o país, que enfrenta uma grave situação econômica.

Já a Rússia anunciou que rechaça o ultimato dado pelos países europeus a Nicolás Maduro, para que convoque eleições, e afirmou que o reconhecimento de Guaidó é intromissão em assuntos internos. A Rússia afirmou que apoia a iniciativa de mediação de México e Uruguai para solucionar a crise na Venezuela.

O ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, criticou a postura dos europeus e a proposta de criação de um grupo de contato, feita pela União Europeia, para mediar a crise. "Lamentavelmente, desde a Europa e não desde a América Latina se impõe agora um formato de mediação internacional."

Ele disse que nem a Rússia nem os Estados Unidos ou a China foram incluídos no grupo proposto pelos europeus e que não conhece os critérios da escolha dos integrantes do grupo, composto por de oito a dez países europeus e o mesmo número de latino-americanos.

No sábado, manifestações da oposição e pró-regime levaram dezenas de milhares de pessoas às ruas de Caracas. Maduro chegou a sugerir que convocaria uma eleição parlamentar antecipada, enquanto Guaidó anunciou a instalação de centros de coletas nos países vizinhos Colômbia e Brasil para mantimentos e remédios enviados para venezuelanos atingidos pelas sanções.

Críticos ao governo acusam Maduro de destruir a economia da Venezuela, que já foi impulsionada pelo setor energético, e de atropelar as instituições democráticas. Guaidó, que no mês passado se autoproclamou presidente interino e pediu a realização de uma nova eleição presidencial, tem pouco controle sobre as instituições do Estado e o aparato governamental.

No fim de semana, Maduro rechaçou um ultimato dos países da UE classificando-o de um "descaramento". Ele disse aos participantes de uma manifestação pró-governo que é "o verdadeiro presidente da Venezuela".

Guaidó já conta com amplo reconhecimento internacional. Além dos países europeus, também declararam apoio a ele como presidente interino Estados Unidos, Canadá, Brasil e outros 11 países latino-americanos.

AS/efe/lusa/afp

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