PUBLICIDADE

Mundo

Venezuela retorna a tratado regional de Defesa, mas Guaidó diz que não se trata de "solução mágica"

23 jul 2019 - 19h32
Compartilhar
Exibir comentários

A Assembleia Nacional da Venezuela aprovou nesta terça-feira uma lei que recoloca o país em um tratado regional de Defesa, mas o líder de oposição Juan Guaidó buscou suavizar as esperanças de seus apoiadores de que o ato poderia levar à queda iminente do presidente Nicolás Maduro. 

Líder da oposição venezuelana Juan Guaidó
23/07/2019
REUTERS/Manaure Quintero
Líder da oposição venezuelana Juan Guaidó 23/07/2019 REUTERS/Manaure Quintero
Foto: Reuters

Oposicionistas radicais pressionavam Guaidó a assinar o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, firmado no Rio de Janeiro em 1947, como um ato precursor para requisitar uma intervenção militar estrangeira para derrubar Maduro, o mandatário socialista cujo governo assiste um colapso econômico e é acusado de violações de direitos humanos. 

"O Tiar não é mágico, não é um botão que apertamos e aí amanhã tudo está resolvido", disse Guaidó em um comício a apoiadores em Caracas, utilizando as iniciais do tratado. 

"Por si só, o tratado não é a solução - ele nos obriga a tomar as ruas com mais força para exercer nossa maioria." 

O tratado estabelece que um ataque a um de seus membros --que incluem a maioria dos grandes países do Hemisfério Ocidental, incluindo Estados Unidos, Brasil e Colômbia-- deve ser considerado um ataque contra todos. A Venezuela e outros países latino-americanos com governos de esquerda deixaram a aliança entre 2012 e 2013. 

A Venezuela mergulhou em um profundo conflito por poder em janeiro, quando Guaidó invocou a Constituição do país para se autodeclarar presidente, argumentando que a reeleição de Maduro em maio de 2018 foi ilegítima. Guaidó é reconhecido pela maioria dos países do Ocidente, incluindo Estados Unidos e Brasil. 

Maduro, que classifica Guaidó como uma marionete dos Estados Unidos que busca derrubá-lo com um golpe, continua no controle das funções do governo depois de seis meses do início da campanha de Guaidó. A economia e os serviços públicos continuaram a se deteriorar neste período, e na última segunda-feira, grande parte do país ficou no escuro no maior apagão desde março. 

Isso levou alguns dos adversários de Maduro, como o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, a pressionarem Guaidó a requisitar uma intervenção militar estrangeira para remover Maduro do poder. 

Autoridades dos Estados Unidos já disseram que uma opção militar "está na mesa" para a Venezuela, mas até agora os norte-americanos se limitaram a sanções econômicas e pressão diplomática para sufocar o fluxo de recursos para Maduro e para tentar convencer seus principais oficiais militares a apoiarem Guaidó. 

Países latino-americanos e europeus pressionam por uma solução diplomática para a crise política e econômica da Venezuela, e muitos já criticaram o possível uso de força. 

O governo da Noruega está atualmente mediando negociações entre o governo e a oposição em Barbados. 

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade