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Mundo

Vaticano envia nova missão para investigar abusos no Chile

Objeto do inquérito é um convento a 210 quilômetros de Santiago

7 dez 2018 - 08h38
(atualizado às 12h14)
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O Vaticano enviou uma nova missão para investigar casos de abuso sexual no Chile, desta vez para apurar denúncias envolvendo a Congregação das Irmãs do Bom Samaritano, situada em Molina, 210 quilômetros ao sul de Santiago.

Cúpula da Basílica de São Pedro, no Vaticano
Cúpula da Basílica de São Pedro, no Vaticano
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Por meio de um comunicado, a nunciatura apostólica na capital chilena disse que uma equipe da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada iniciou uma visita ao convento na última quarta-feira (5). A missão deve durar "alguns meses".

A equipe é liderada pela freira Rosario Alonso e pelo frade franciscano Maurizio Bridio. Essa é a primeira investigação do Vaticano contra uma congregação feminina no Chile, país já abalado por diversos escândalos de pedofilia.

Uma ex-freira da Congregação das Irmãs do Bom Samaritano, Consuelo Gómez, diz ter sido violentada por uma superiora e tratada como "escrava" no convento, onde entrara com 18 anos. Gómez, hoje com 38, abandonou a vida religiosa em 2017.

"Fui abusada sexualmente por uma freira na Espanha, que também era chilena e minha superiora, várias e repetidas vezes. E todos sabiam e me calaram. Fizeram-me sentir culpada de tudo", disse a ex-religiosa em uma entrevista concedida em maio passado ao site "Emol".

No início do ano, uma missão coordenada pelo arcebispo de Malta, Charles Scicluna, revelou a extensão dos escândalos sexuais na Igreja chilena e provocou a renúncia coletiva de todo o episcopado do país.

Alguns afastamentos já foram confirmados pelo papa Francisco, incluindo o do ex-bispo de Osorno Juan Barros Madrid, acusado de acobertar denúncias contra o padre Fernando Karadima, que teve o estado clerical revogado em setembro passado.

O relatório de Scicluna tem 2,3 mil páginas e os depoimentos de 64 vítimas e familiares de pessoas afetadas por casos de pedofilia no Chile.

Ansa - Brasil   
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