Vaticano cobra comunidade internacional sobre Gaza
Cardeal criticou fornecimento de armas para uso contra civis
O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, cobrou nesta segunda-feira (6) uma postura mais firme da comunidade internacional para interromper a guerra na Faixa de Gaza e alertou que qualquer plano de paz precisa envolver o povo palestino.
Na véspera do segundo aniversário dos ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023, o "primeiro-ministro" do Vaticano definiu os atentados terroristas como "desumanos e injustificáveis" e cobrou a libertação dos reféns israelenses ainda em cativeiro, além de dizer que o "antissemitismo é um câncer a ser extirpado".
Por outro lado, lamentou as recorrentes mortes de civis em ataques de Israel na Faixa de Gaza e alertou que "não basta que a comunidade internacional diga que é inaceitável o que está ocorrendo e depois continue permitindo que isso aconteça".
"Questões sérias precisam ser feitas sobre a legalidade, por exemplo, de continuar a fornecer armas que são usadas contra civis", acrescentou Parolin à imprensa do Vaticano.
O secretário de Estado também foi questionado sobre o plano de paz apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e disse que todas as propostas devem ser acolhidas, desde que "envolvam o povo palestino nas decisões sobre o próprio futuro e permitam acabar com esse massacre, libertando os reféns e parando com o assassinato cotidiano de centenas de pessoas".
O Hamas já aceitou soltar os sequestrados sob seu poder e elogiou a iniciativa de Trump, mas disse que ainda precisa discutir alguns pontos do acordo, sobretudo aqueles referentes ao futuro Estado palestino.