União Europeia segue sem acordo sobre meta climática às vésperas da COP30
A União Europeia (UE) está atrasada, já que o prazo para envio dos planos climáticos à ONU expirou há várias semanas. Com a COP30 marcada para começar em 10 de novembro, Bruxelas ainda não apresentou formalmente seu plano. Os 27 países membros deveriam finalizar o texto em 4 de novembro, mas, a poucos dias da reunião dos ministros europeus do Meio Ambiente, ainda não há consenso. A França, por exemplo, não está satisfeita.
A União Europeia (UE) está atrasada, já que o prazo para envio dos planos climáticos à ONU expirou há várias semanas. Com a COP30 marcada para começar em 10 de novembro, Bruxelas ainda não apresentou formalmente seu plano. Os 27 países membros deveriam finalizar o texto em 4 de novembro, mas, a poucos dias da reunião dos ministros europeus do Meio Ambiente, ainda não há consenso. A França, por exemplo, não está satisfeita.
A UE continua dividida sobre sua nova meta climática e ainda debate possíveis alterações, poucos dias antes da aprovação prevista pelos ministros dos Estados-membros. Os países da UE estão se esforçando para aprovar essa meta antes do encontro da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com outros líderes mundiais durante a COP30.
O plano que será apresentado pela UE à ONU será baseado na meta para 2040. A proposta atual prevê uma redução de 90% nas emissões de gases de efeito estufa. Países como Itália e Polônia alertaram que essa meta é muito prejudicial para a indústria. Já outros, como Espanha e Suécia, defendem cortes mais ambiciosos. Segundo um rascunho obtido pelo site Contexte, seriam incluídas cláusulas de revisão para reavaliar a meta conforme o impacto econômico. Mas Paris ainda não apoia esse texto.
Ponto de discórdia: os créditos de carbono
Um dos principais pontos de desacordo diz respeito ao uso, por parte dos países da UE, de créditos de carbono internacionais provenientes de países em desenvolvimento para atingir suas metas. Por enquanto, o projeto de acordo prevê que 3% das reduções totais possam ser realizadas fora do território europeu, por meio da compra de créditos de carbono.
A França gostaria de aumentar essa flexibilidade para 5%, a partir de 2036. A Alemanha, por sua vez, apoiou publicamente uma contribuição de 3%, enquanto países como Dinamarca inicialmente não queriam utilizar créditos internacionais.
Segundo uma fonte ministerial, como os créditos de carbono podem ser mais baratos fora da UE, isso permitiria comprar mais. Seriam definidos critérios de integridade ambiental, já que esses créditos são bastante controversos, especialmente os créditos florestais. Uma investigação do jornal The Guardian revelou que 90% deles são inúteis.
Além disso, a França também espera que seja possível uma revisão conforme a evolução dos sumidouros naturais de carbono, já que as florestas francesas tendem a armazenar menos carbono do que antes. E isso impacta diretamente o cumprimento das metas.