Um ano após ataque xenofóbico na Irlanda, brasileiro ainda espera respostas: 'Tenho exatamente 0 informações'
Roberto Gomes Júnior contou com ajuda de uma ONG para retornar ao Brasil rapidamente, mas segue sem retorno das autoridades irlandesas
Um brasileiro sofreu uma agressão xenofóbica violenta em Limerick, Irlanda, e ainda não obteve retorno das autoridades sobre a investigação, mesmo após um ano do ocorrido.
Um ano depois de ser vítima de uma agressão violenta na Irlanda, o brasileiro Roberto Gomes Júnior, de 33 anos, ainda não teve qualquer retorno das autoridades locais sobre o andamento da investigação. “Tenho exatamente zero informação”, disse nesta quinta-feira, 10, ao Terra Agora. O silêncio das instituições irlandesas mantém em aberto as feridas de um ataque que, segundo ele, teve motivação xenofóbica.
Natural de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, Roberto foi atacado na noite de 13 de abril do ano passado, em Limerick, cidade onde vivia havia cerca de dois anos. Ele voltava do trabalho para casa com o irmão, por volta das 22h30, quando foi abordado por um desconhecido.
“Tudo aconteceu muito rápido. Eu nem tive tempo de me defender. Não tenho dúvidas de que se tratou de uma agressão racista, porque quando ele (o agressor) percebeu que não éramos irlandeses, disse 'Ok' e nos bateu [...[ ] Caí direto no chão e foi então que percebi que estava coberto de sangue. Foi como viver um pesadelo”, contou ao jornal Irish Times.
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Roberto precisou de ajuda de uma ONG para deixar o país e retornar ao Brasil, o que aconteceu cerca de um mês depois da agressão. Apesar da distância, ele manteve o número de telefone irlandês, justamente para facilitar qualquer tentativa de contato da polícia. No entanto, foi informado de que a investigação dificilmente avançaria se ele estivesse fora do país.
“Hoje, um ano depois, eu acho que posso dizer que estou bem. Mas eu demorei meses para poder tirar da minha cabeça que eu tirei de um estado que se diz perigoso, que é o Rio de Janeiro, onde nunca sofri um ataque, e fui atacado na Irlanda, um país que se diz seguro. Toda vez que eu olhava no espelho, no banheiro, eu via a cicatriz”, contou ele ao Terra Agora.
Na época do ataque, Roberto chegou a declarar ao jornal Limerick Post que pretendia juntar dinheiro para deixar a Irlanda em junho, mas que os planos seriam antecipados diante do trauma. “Eu estava prestes a sair. Eu só estava tentando juntar algum dinheiro para voltar ao Brasil, mas agora depois disso estou com medo de ficar aqui.”
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