PUBLICIDADE

Mundo

Terremoto no Afeganistão deixa centenas de mortos: o que se sabe até agora

Terremotos geralmente causam bastante estragos e mortes no Afeganistão porque muitas áreas rurais do país são repletas de residências em situação precária.

22 jun 2022 - 08h28
(atualizado às 11h40)
Compartilhar
Exibir comentários
Equipes de resgate transportam feridos em helicópteros na província de Paktika
Equipes de resgate transportam feridos em helicópteros na província de Paktika
Foto: Governo do Afeganistão / BBC News Brasil

Um forte terremoto matou ao menos mil pessoas e feriu outras 1,5 mil no Afeganistão, segundo informações do Talebã, grupo que comanda o país há quase um ano.

Imagens e relatos indicam que deslizamentos de terra destruíram residências na província de Paktika, onde equipes de resgate ainda buscam debaixo dos escombros por pessoas desaparecidas. Não há dados oficiais sobre o número total de desaparecidos.

As autoridades têm usado helicópteros em áreas remotas do Afeganistão para transferir feridos para os hospitais mais próximos.

Hibatullah Akhundzada, líder do Talebã, afirma que centenas de casas foram destruídas pelo terremoto e que o número de mortos deve crescer.

O vice-ministro para gerenciamento de desastres, Sharafuddin Muslim, afirmou a jornalistas que o terremoto ocorreu a cerca de 44 km da cidade de Khost, pouco depois da 1h30 da madrugada (horário local) desta quarta-feira (22/06).

Por isso, muitas das vítimas estavam dormindo quando tudo ocorreu.

O Talebã pediu às organizações de ajuda humanitária que sigam para as áreas afetadas na região leste do Afeganistão.

mapa do epicentro do terremoto, da área mais atingida e da capital do país
mapa do epicentro do terremoto, da área mais atingida e da capital do país
Foto: BBC News Brasil

A maioria das mortes ocorreu nos distritos de Gayan e Barmal, em Paktika, segundo informou um médico local à BBC. O site de notícias locais Etilaat-e Roz disse que uma vila inteira em Gayan foi destruída.

Tremores foram sentidos a mais de 500 quilômetros do Afeganistão, no Paquistão e na Índia. Abalos também foram sentidos na capital do país, Cabul, e em Islamabad, capital do Paquistão.

Mas não há relato de vítimas nessas grandes cidades. Segundo a BBC Urdu, o terremoto causou poucos danos no Paquistão.

Terremotos matam quase 500 pessoas por ano no Afeganistão

O Afeganistão costuma ter bastante terremotos porque está localizado em uma região em que placas tectônicas estão bastante ativas e em que há diversas falhas, incluindo a falha de Chaman, a falha de Hari Rud, a falha de Badakhshan Central e a falha de Darvaz.

O terremoto que atingiu o país nesta quarta-feira foi de magnitude 6,1, a uma profundidade de cerca de 51 km, de acordo com sismólogos (especialistas em terremotos).

Terremotos geralmente causam muitos estragos e mortes no Afeganistão porque muitas áreas rurais do país são repletas de residências em situação precária.

Muitas casas no Afeganistão estão em estado precário, mesmo antes do terremoto
Muitas casas no Afeganistão estão em estado precário, mesmo antes do terremoto
Foto: Governo do Afeganistão / BBC News Brasil

Nos últimos dez anos, mais de 7 mil pessoas morreram em terremotos no país, segundo o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

A situação já não estava boa antes de o Talebã tomar o comando do país, em agosto de 2021. Os serviços de emergência do Afeganistão estavam sobrecarregados para lidar com desastres naturais, com poucas aeronaves e helicópteros disponíveis para os socorristas.

Tudo isso ficou ainda pior por causa das décadas de conflito armado, que atrapalharam tentativas de ampliar as proteções contra terremotos e outros desastres naturais. Apesar disso, ao longo desses anos, diversas entidades não governamentais atuaram para reforçar a estrutura de defesa civil e a segurança de parte dessas residências precárias.

'Este texto foi originalmente publicado https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61896695'

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade