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Secretário de Estado dos EUA se reúne com presidente eleito do México, diz que Trump quer melhorar laços

13 jul 2018 - 21h25
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer fortalecer e melhorar laços com o México após "solavancos" no caminho, disse o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, ao presidente mexicano eleito, Andrés Manuel López Obrador, nesta sexta-feira, após a vitória esmagadora do político de esquerda neste mês.

Secretários de Estado, Mike Pompeo, e do Tesouro, Steven Mnuchin, dos EUA antes de encontro com o presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, na Cidade do México
13/07/2018 REUTERS/Carlos Jasso
Secretários de Estado, Mike Pompeo, e do Tesouro, Steven Mnuchin, dos EUA antes de encontro com o presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, na Cidade do México 13/07/2018 REUTERS/Carlos Jasso
Foto: Reuters

Jared Kushner, assessor sênior e genro de Trump, participou da delegação liderada por Pompeo, que mais cedo se encontrou com o presidente mexicano de saída, Enrique Peña Nieto, e com o ministro das Relações Exteriores, Luis Videgaray.

A chegada de autoridades norte-americanas de alto escalão, incluindo o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e a secretária de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen, logo depois da eleição pode dar aos dois vizinhos e aliados uma chance de reparar laços que tem estado cada vez mais tensos desde a eleição de Trump, em 2016.

"O presidente Trump se importa profundamente com o sucesso desta relação", disse Pompeo no início do encontro de 50 minutos, no qual parabenizou López Obrador, que irá assumir em 1º de dezembro, e o cumprimentou como "Señor Presidente".

"Nossa presença aqui hoje sinaliza isso para você", disse, de acordo com um pool de jornalistas viajando com ele. "Você tem quatro dos líderes de mais alto escalão aqui após você ser eleito".

Trump tem irritado o México com exigências de que o país pague por um muro fronteiriço e comentários de que o país não faz "nada" para diminuir imigração ilegal, enquanto busca atualizar o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio para favorecer os EUA.

"Nós sabemos que houve solavancos no caminho entre nossos dois países, mas o presidente Trump está determinado a tornar as relações entre nossos povos melhores e mais fortes", disse Pompeo.

Do lado de fora da casa na Cidade do México onde o encontro foi realizado, Maria García, de 60 anos, segurava uma placa escrita "Onde estão as crianças imigrantes?", em meio a diversos manifestantes.

Após se encontrar com a delegação, Peña Nieto emitiu um comunicado pedindo a rápida reunião de crianças imigrantes separadas de seus pais sob a política fronteiriça de "tolerância zero" de Trump.

O México é contrário a um pedido dos EUA para que pessoas que buscam asilo nos EUA peçam ao México ao invés disto, de acordo com uma fonte e um documento visto pela Reuters.

Apesar de diferenças ideológicas, Trump foi rápido em parabenizar López Obrador, o primeiro presidente de esquerda eleito no México em décadas, por sua vitória eleitoral esmagadora em 1º de julho.

López Obrador, que assim como Trump possui inclinações nacionalistas e populistas, diz querer boas relações com os EUA, embora alguns analistas políticos tenham dito que os dois líderes podem entrar em confronto se o presidente dos EUA fizer comentários que mexicanos entendem como insultantes.

O presidente mexicano eleito irá buscar pressionar os EUA a reduzirem imigração ao ajudarem a criar melhores padrões de vida no México e na América Central, informou sua equipe.

"Nós vamos atrás das causas da imigração. Se nós solucionarmos a violência e a pobreza e trazermos empregos e desenvolvimento ao México e à América Central, nós podemos pausar o fluxo consideravelmente", disse Olga Sánchez, escolha de Obrador para ministra do Interior, à Reuters antes do encontro.

Andrés Rozental, um ex-vice-ministro das Relações Exteriores do México, disse não ter conhecimento de um precedente para uma delegação de tão alto escalão dos EUA prestando uma visita a um governo de chegada.

"O que isto está mostrando é um desejo de uma perspectiva tanto dos EUA, quanto do México, de olhar para as relações holisticamente", disse Rozental. "Nós temos buscado isto há muito tempo."

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