PUBLICIDADE

Mundo

Salvini pressiona M5S, mas Itália continua sem governo

Partido antissistema não quer se aliar a Silvio Berlusconi

19 abr 2018 - 15h59
Compartilhar
Exibir comentários

Na véspera do prazo dado pelo presidente Sergio Mattarella, os partidos Liga e Movimento 5 Estrelas (M5S) continuam longe de um acordo para formar um novo governo na Itália.

Luigi Di Maio, líder do M5S
Luigi Di Maio, líder do M5S
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Em mais uma rodada de consultas com a presidente do Senado, Elisabetta Alberti Casellati, a legenda ultranacionalista e a sigla antissistema se mantiveram irredutíveis em suas posições.

Como já havia dito anteriormente, o líder do M5S, Luigi Di Maio, aceitou discutir um acordo de governo com a Liga, de Matteo Salvini, mas desde que as conversas não envolvam Silvio Berlusconi.

Segundo Di Maio, apesar de "todas as aberturas", não é possível superar "certos limites". "Com Matteo Salvini, temos sintonia em vários temas. É claro que há disponibilidade em discutir o programa", declarou.

Além disso, o líder do M5S voltou a rechaçar a hipótese de abrir mão da cadeira de primeiro-ministro, uma das exigências de Salvini. "Di Maio no governo sem ser na presidência do Conselho [dos Ministros]... Imaginem se o M5S poderia estar disponível a isso...", acrescentou.

As declarações foram dadas logo após o secretário da Liga ter afirmado que havia visto "sinais de novidade" no Movimento 5 Estrelas. "Confiamos que também o M5S quer um governo que represente a vontade dos italianos", disse.

Salvini faz parte de uma aliança conservadora com o moderado Força Itália (FI), de Berlusconi, e o radical Irmãos da Itália (FDI), de Giorgia Meloni, mas o M5S só aceita negociar com a Liga. Como a coalizão de direita tem mais assentos no Parlamento que o movimento antissistema (42% a 35%), somente sua união pode garantir a poltrona de primeiro-ministro para Salvini.

Por outro lado, o secretário da Liga já se mostrou disponível a aceitar uma figura "terceira", hipótese ainda rechaçada pelo M5S. As negociações serão conduzidas pela presidente do Senado, Elisabetta Casellati (FI), até esta sexta-feira (20), quando termina o mandato exploratório dado por Mattarella.

Se o impasse persistir, o presidente da República pode passar a tarefa ao chefe da Câmara, Roberto Fico (M5S), que tentaria provavelmente construir uma maioria com o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda.

A Itália está sem um governo com plenos poderes há quase 50 dias, sendo que o recorde é de 1992, quando o país ficou 82 dias sem saber quem seria seu primeiro-ministro.

Ansa - Brasil   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade